Xi Jinping ignora convite da UE para cúpula de 50 anos e agrava tensão com o bloco
- Núcleo de Notícias
- 17 de mar.
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Líder chinês evita reunião histórica, enquanto disputas comerciais e acusações sobre apoio à Rússia aumentam o atrito com a Europa

O presidente da China, Xi Jinping, rejeitou um convite para visitar Bruxelas neste ano para uma cúpula que marcaria os 50 anos de relações entre Pequim e a União Europeia (UE). A ausência de Xi Jinping evidencia o agravamento das tensões entre os dois lados, que vêm se desentendendo em temas comerciais e geopolíticos.
Nos últimos meses, a UE tem acusado a China de práticas desleais no comércio, alegando que Pequim inunda o mercado europeu com produtos subsidiados e promove superprodução industrial. Em resposta, Bruxelas impôs tarifas de até 35,3% sobre veículos elétricos chineses, o que levou Pequim a retaliar com impostos entre 30,6% e 39% sobre importações de conhaque europeu, atingindo duramente fabricantes franceses.
Pequim informou aos diplomatas europeus que o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, se reunirá com os líderes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia em vez de Xi Jinping. Normalmente, quando a cúpula ocorre em Bruxelas, o primeiro-ministro chinês participa, enquanto Xi Jinping comparece quando a reunião é sediada na China. Entretanto, a UE insistiu na presença do presidente devido ao simbolismo do evento, sem sucesso.
A deterioração das relações entre China e UE se intensificou após a escalada da guerra na Ucrânia em 2022, quando Bruxelas acusou Pequim de apoiar indiretamente Moscou ao manter um forte comércio bilateral e se recusar a aderir às sanções ocidentais contra a Rússia. A Europa e seus aliados da OTAN também alegam que a China fornece componentes que podem ser usados na produção de armamentos russos.
Além da disputa comercial, Pequim levou o caso das tarifas europeias à Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando que as medidas protecionistas da UE são uma violação das regras do comércio internacional.
A ausência de Xi Jinping na cúpula de 50 anos reforça o distanciamento diplomático entre China e UE, e levanta dúvidas sobre o futuro da cooperação econômica entre as duas potências.
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