Viktor Orban proíbe Paradas LGBTQ+ na Hungria

Primeiro-ministro afirma que eventos vão contra o desenvolvimento saudável das crianças e não terão mais "proteção internacional"

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, anunciou que as paradas LGBTQ+ não serão mais permitidas nas ruas de Budapeste. Em entrevista à rádio Kossuth na sexta-feira (28), Orban argumentou que esses eventos prejudicam as crianças e não fazem parte dos valores da sociedade húngara.

Segundo Orban, a realização dessas manifestações no país era incentivada pelo ex-embaixador dos Estados Unidos, David Pressman, refletindo a pressão de potências estrangeiras. No entanto, com a saída de Pressman da Hungria em janeiro, após a posse de Donald Trump nos EUA, Orban afirmou que as paradas LGBTQ+ perderam sua “proteção internacional” e que "isso acabou agora".

O líder húngaro destacou que tais eventos são contrários ao desenvolvimento equilibrado das crianças, conforme desejado pelos pais. Ele também criticou o avanço da ideologia de gênero no Ocidente e elogiou o fato de que a maioria da população húngara ainda acredita que existem apenas dois gêneros.

Na quinta-feira (27), o chefe de gabinete de Orban, Gergely Gulyas, reforçou a posição do governo ao afirmar que a Hungria “não precisa tolerar” essas manifestações nas ruas de Budapeste. Ele sugeriu que os organizadores realizem o evento em um local fechado, caso insistam em promovê-lo.

Os organizadores da Parada LGBTQ+ responderam às declarações de Orban afirmando que ainda pretendem realizar o evento, descrevendo a situação como um “teste para a democracia húngara”.

Desde 2021, o governo húngaro tem adotado medidas restritivas contra a propaganda LGBTQ+, proibindo sua promoção em escolas, na mídia e em publicidades acessíveis a menores de idade. A legislação gerou forte oposição da União Europeia, que processou Budapeste no Tribunal de Justiça Europeu e congelou bilhões de euros em fundos destinados ao país, sob a justificativa de "violações de direitos humanos".