Vice-presidente dos EUA critica Zelensky por declarações "absurdas" e reforça neutralidade
- Núcleo de Notícias
- 15 de abr.
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J.D. Vance repreende presidente ucraniano e destaca que administração Trump busca entendimento estratégico, não alinhamento com Moscou

O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, reagiu com firmeza às recentes declarações do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que sugeriu que Washington estaria agindo em favor da Rússia no atual conflito entre Moscou e Kiev. As afirmações de Zelensky, feitas durante entrevista à CBS News no último domingo, geraram desconforto entre autoridades americanas, que classificaram o discurso como descabido e contraproducente.
Zelensky havia acusado a Casa Branca de estar sob influência de “narrativas russas” e insinuou que Moscou exerce “enorme influência” sobre a política externa da administração de Donald Trump. Em resposta, Vance, em entrevista ao canal UnHerd publicada na terça-feira, afirmou que “é um absurdo” insinuar que o governo norte-americano — responsável por sustentar financeiramente o aparato estatal e militar ucraniano — estaria do lado do Kremlin.
“O governo dos Estados Unidos está, neste momento, mantendo de pé o esforço de guerra da Ucrânia. Dizer que estamos do lado da Rússia é uma declaração não apenas infundada, mas altamente ingrata”, afirmou Vance, enfatizando que tal postura não ajuda em nada no objetivo de alcançar a paz.
Vance reforçou que, para uma resolução do conflito, é necessário compreender os interesses estratégicos de ambas as partes, sem que isso implique apoio moral à invasão russa. “Não significa apoiar a causa russa ou a invasão, mas é essencial entender as linhas vermelhas de ambos os lados”, disse ele.
O vice-presidente destacou ainda que a administração Trump “não está do lado de ninguém, exceto do lado dos Estados Unidos”, reiterando a linha pragmática adotada por Washington. A relação entre Trump e Zelensky já havia se desgastado durante a visita do presidente ucraniano à Casa Branca em fevereiro, quando ambos foram protagonistas de um momento de tensão. Na ocasião, Trump e Vance acusaram Zelensky de desrespeito e falta de gratidão pela ajuda americana, além de apontarem uma resistência ucraniana em buscar a paz.
Em paralelo, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, declarou que Moscou reconhece a disposição da administração Trump em abordar com seriedade as origens do conflito. Lavrov lembrou que Trump criticou abertamente a decisão da administração Biden de forçar a entrada da Ucrânia na OTAN, apontando esse movimento como o estopim da guerra.
Entre as exigências do Kremlin para um eventual acordo de paz estão a neutralidade da Ucrânia, sua desmilitarização, a "desnazificação" do país e o reconhecimento, por parte de Kiev, da soberania russa sobre regiões como Crimeia, Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporozhye — pontos que seguem sendo firmemente rejeitados pelo governo ucraniano.
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