Trump sugere que América Latina pode ter que escolher entre Estados Unidos e China
- Núcleo de Notícias
- há 6 dias
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Durante entrevista, presidente americano critica presença chinesa no Canal do Panamá e pressiona países latino-americanos a tomarem posição geopolítica

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a endurecer o tom em relação à presença da China na América Latina. Em entrevista concedida na terça-feira (15) ao canal Fox Noticias, braço em espanhol da Fox News, o líder norte-americano afirmou que os países latino-americanos “talvez” precisem escolher entre Washington e Pequim na condução de seus acordos comerciais.
A declaração foi feita ao comentar a crescente influência chinesa no Canal do Panamá. Segundo Trump, seu governo está atento ao controle da infraestrutura estratégica na região e pretende tomar medidas. “Quando olhávamos há um ano, quase todas as bandeiras que passavam ali estavam escritas em chinês. Estamos trabalhando com o Panamá agora mesmo. Vamos tomar uma decisão sobre o que fazer a respeito disso”, declarou.
O posicionamento mais firme do governo americano já surtiu efeito. Pressionado por Washington, o presidente panamenho, Raúl Mulino, optou por não renovar sua adesão à Iniciativa Belt and Road, plano de infraestrutura global promovido por Pequim para conectar a China a diversos continentes por meio de portos, ferrovias e rodovias.
Questionado se a América Latina como um todo deveria seguir o exemplo do Panamá, Trump respondeu com sugestão direta: “Bem, talvez de uma certa maneira. Foi o que o Panamá fez, é o que outros estão fazendo e talvez pensando em fazer. Talvez, sim; talvez deveriam fazer isso.”
A fala de Trump reafirma a postura estratégica dos Estados Unidos de frear o avanço chinês em áreas consideradas vitais para sua segurança e influência global. A América Latina, pela sua proximidade geográfica e importância comercial, tornou-se novamente um ponto de disputa entre as duas maiores potências mundiais. O governo americano tem alertado repetidamente sobre os riscos de dependência econômica e de infraestrutura em relação a Pequim, destacando que essa escolha pode trazer consequências para a soberania nacional dos países da região.
A crescente disputa por influência na América Latina promete escalar nos próximos anos, especialmente com a nova administração republicana buscando restaurar a primazia dos Estados Unidos nas Américas.
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