Trump impõe tarifa histórica contra a China e endurece combate ao desequilíbrio comercial
- Núcleo de Notícias
- 10 de abr.
- 2 min de leitura
Casa Branca confirma alíquota de 145% sobre produtos chineses; medidas miram em fentanil e e-commerce asiático

O governo dos Estados Unidos, sob a liderança do presidente Donald Trump, confirmou nesta quinta-feira (10) que a tarifa imposta sobre produtos provenientes da China atingirá o patamar de 145%. O esclarecimento oficial da Casa Branca, divulgado à emissora CNBC, revelou que a taxa se refere ao aumento anunciado na véspera — 125% como resposta direta à retaliação chinesa de 84% — somado a uma tarifa de 20% já existente desde o início do ano. Esta última havia sido implementada como parte dos esforços da administração Trump para combater o tráfico de fentanil, substância que tem devastado comunidades americanas e que, segundo autoridades, é produzida e exportada com apoio logístico da China.
A nova política tarifária é parte de um movimento mais amplo dos Estados Unidos para reduzir sua dependência econômica do regime comunista chinês, restabelecer sua base industrial e proteger os interesses nacionais diante da crescente ameaça representada por Pequim no campo comercial e geopolítico. Embora o anúncio tenha sido inicialmente mal interpretado por parte da imprensa e de investidores, a Casa Branca deixou claro que a resposta tarifária é firme e terá aplicação imediata, refletindo a estratégia de Trump de reequilibrar a balança de poder global.
Apesar de uma suspensão temporária de 90 dias nas chamadas "tarifas recíprocas", a tarifa global de 10% para mais de 180 países — incluindo o Brasil — foi mantida, enquanto a China recebeu tratamento distinto, com alíquotas específicas reforçadas. A medida já provocou reações nos mercados financeiros, com os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq registrando quedas de aproximadamente 5% ao longo do dia, refletindo a sensibilidade dos investidores frente ao endurecimento da política comercial americana.
Outro ponto de destaque foi a nova investida contra o modelo de negócios das plataformas de e-commerce chinesas. A ordem executiva assinada por Trump inclui um aumento expressivo nas tarifas aplicadas a pacotes de baixo valor (remessas de até US$ 800), um benefício explorado intensamente por varejistas como Shein e Temu. A alíquota foi elevada para 120% e entra em vigor a partir de 2 de maio, marcando o terceiro aumento consecutivo desse tipo de tarifa em apenas oito dias — o último deles havia triplicado a taxa anterior, subindo-a para 90%.
A ordem executiva também institui uma tarifa fixa adicional por pacote: inicialmente de US$ 100, com previsão de nova elevação para US$ 200 a partir de 1º de junho. As transportadoras poderão optar entre pagar a alíquota percentual ou o valor fixo, mas terão permissão para mudar essa escolha apenas uma vez por mês.
A medida representa mais um passo decisivo da administração Trump no enfrentamento à distorção causada pela concorrência desleal da China. Trata-se de uma ação assertiva que busca proteger empregos nos Estados Unidos, enfrentar práticas abusivas de comércio e reafirmar a soberania econômica americana diante da tentativa de domínio comercial por parte de um regime que não respeita os princípios da liberdade econômica.
Comments