Presidente eleito critica contribuição europeia ao bloco e pede aumento significativo no orçamento militar
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, instou os países membros da OTAN a elevarem seus gastos com defesa para 5% do PIB, muito acima do atual patamar de 2% definido pelo bloco. Em uma coletiva de imprensa na terça-feira (7), realizada em sua propriedade na Flórida, Trump acusou as nações europeias de contribuírem com “uma fração minúscula” em comparação aos gastos de Washington, mesmo sendo mais diretamente afetadas pelo conflito entre Moscou e Kiev.
“Deveria ser 5%, não 2%”, declarou Trump, destacando a disparidade nas contribuições. Ele reafirmou críticas feitas em seu mandato anterior, acusando alguns países da OTAN de "se aproveitarem" dos EUA, e alertou que o bloco não pode se sustentar com os níveis atuais de investimento.
O presidente eleito argumentou que as economias combinadas dos membros europeus da OTAN são comparáveis à dos EUA e que, portanto, podem "arcar" com um aumento nos gastos. Trump ainda afirmou que sua insistência anterior para que os países membros elevassem seus orçamentos "salvou" a OTAN de um colapso.
Um relatório divulgado pela OTAN em junho de 2024 revelou que nenhum país membro do bloco destina 5% de seu PIB à defesa. A Polônia lidera com pouco mais de 4%, seguida por Estônia e EUA, com cerca de 3,5%. No entanto, 15 membros, incluindo Canadá, Itália e França, ainda não atingiram o patamar de 2%.
O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, também defendeu recentemente um aumento nos gastos para, pelo menos, 4%, citando a necessidade de incorporar tecnologias militares modernas. “Mesmo com 4%, vocês não conseguem se defender completamente”, alertou Rutte, ressaltando que os gastos militares do bloco são muito menores em comparação com a era da Guerra Fria.
As declarações de Trump ocorrem em meio a debates sobre orçamentos militares dentro da OTAN. O chanceler alemão Olaf Scholz, por exemplo, criticou uma proposta de seu ministro da Economia para aumentar drasticamente o orçamento de defesa, alegando que a medida traria um peso excessivo aos contribuintes.
A proposta de Donald Trump deve acirrar as discussões entre os aliados da OTAN, que enfrentam o desafio de equilibrar prioridades nacionais e as responsabilidades coletivas de defesa.
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