Trump e Kennedy alertam sobre o risco de guerra nuclear

EUA devem buscar paz com a Rússia antes de desencadear o ‘Armagedom’, afirmam Trump Jr. e RFK Jr.

Foto: Rebecca Noble/Getty Images

Washington precisa abrir negociações diretas com Moscou imediatamente e parar de confundir a contenção da Rússia com fraqueza, afirmaram Donald Trump Jr., filho do candidato presidencial republicano, e o ex-democrata Robert F. Kennedy Jr.

No mês passado, RFK Jr., sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy, endossou o ex-presidente Donald Trump, citando o conflito entre Rússia e Ucrânia e seu potencial de escalar para uma guerra nuclear como uma das principais razões para seu apoio.

De acordo com um artigo de opinião escrito por ambos e publicado pelo The Hill nessa terça-feira (17), permitir que a Ucrânia use armas ocidentais para ataques de longo alcance contra a Rússia “colocaria o mundo em um risco maior de uma conflagração nuclear do que em qualquer momento desde a crise dos mísseis de Cuba.”

Intitulado “Negociar com Moscou para acabar com a guerra na Ucrânia e prevenir uma devastação nuclear”, o artigo defende que os EUA devem focar em encontrar uma “saída diplomática para uma guerra que nunca deveria ter ocorrido”. Eles acusam a Casa Branca de seguir uma política que a Rússia já deixou claro que equivaleria a uma declaração aberta de guerra.

“Alguns analistas americanos acreditam que Putin está blefando e querem chamá-lo para isso”, escreveram Trump e Kennedy. “Esses analistas confundem contenção com fraqueza. Na verdade, estão defendendo uma estratégia de confronto.”

Eles destacaram que os EUA ampliaram o envio de armas para Kiev, desde foguetes HIMARS e munições de fragmentação até tanques Abrams, caças F-16 e mísseis de longo alcance ATACMS. Cada um desses passos “leva o mundo mais perto do limiar do Armagedom”, advertiram.

“A lógica parece ser que, se você provoca um urso cinco vezes e ele não responde, é seguro provocá-lo ainda mais na sexta vez”, disseram. “Essa estratégia poderia ser razoável se o urso não tivesse dentes.”

A Casa Branca de Biden-Harris parece ter “esquecido” que a Rússia é uma potência nuclear e declarou repetidamente estar disposta a usar essas armas se sentisse que sua segurança estava em perigo, argumentaram os autores.

“Imagine se a Rússia fornecesse a outro país mísseis, treinamento e informações de alvo para atacar profundamente o território americano. Os EUA nunca tolerariam isso. Não deveríamos esperar que a Rússia tolere também”, afirmaram.

Disparar mísseis americanos contra a Rússia inevitavelmente levaria a uma troca nuclear, alertaram Trump e Kennedy, enfatizando que “esse jogo de ‘roleta russa’ nuclear já foi longe demais.”

Nenhum interesse americano está em jogo na Ucrânia, argumentaram, chamando de “loucura” arriscar uma guerra nuclear em nome da “fantasia neoconservadora de ‘domínio total global’.” Uma guerra desse tipo acabaria com a civilização e talvez até com a humanidade, tornando a desescalada do conflito na Ucrânia “mais importante que qualquer outra questão política sobre a qual nossa nação discute.”

O público americano deve “exigir, agora, que [a vice-presidente Kamala] Harris e o presidente [Joe] Biden revertam sua agenda de guerra insana e abram negociações diretas com Moscou”, concluíram Trump e Kennedy.

As negociações de paz entre Rússia e Ucrânia foram interrompidas na primavera de 2022, com ambos os lados se acusando de fazer exigências irrealistas. Desde então, os EUA insistiram que um acordo de paz só pode ocorrer nos termos de Kiev, e prometeram apoiar e armar a Ucrânia "pelo tempo que for necessário."