Trump concede isenção temporária de tarifas ao México após conversa com Sheinbaum

Líderes discutem comércio, imigração e combate ao fentanil em meio a tensões tarifárias

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quinta-feira (6) que suspenderá temporariamente as tarifas de 25% sobre importações mexicanas que se enquadram no acordo comercial Estados Unidos-México-Canadá (USMCA). A medida veio após uma "excelente e respeitosa" conversa com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, segundo ambos os líderes.

A isenção, válida até 2 de abril, foi justificada por Trump como uma "acomodação" e um gesto de respeito à mandatária mexicana. No entanto, ele reiterou que, após essa data, pretende impor tarifas recíprocas a diversos países, incluindo setores como automóveis, produtos farmacêuticos e semicondutores.

Segurança na fronteira e combate ao fentanil

Além das questões comerciais, Trump e Sheinbaum discutiram esforços conjuntos para conter a imigração ilegal e o tráfico do opioide fentanil, que tem sido um dos principais pontos de atrito entre os dois países. Segundo o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, tanto o México quanto o Canadá estão colaborando ativamente no combate à crise do fentanil, o que influenciou a decisão de conceder o adiamento tarifário.

A presidente mexicana reforçou o compromisso de seu governo em continuar trabalhando com os EUA para alcançar "resultados sem precedentes", sempre respeitando a soberania de ambas as nações.

Mercado reage às medidas tarifárias

A suspensão temporária das tarifas aliviou parte da tensão nos mercados, que haviam reagido negativamente ao anúncio inicial de Trump sobre a aplicação das taxas de 25% ao México e ao Canadá. O peso mexicano e o dólar canadense se valorizaram, enquanto as bolsas dos EUA reduziram perdas após o anúncio da isenção.

A Casa Branca já havia concedido um adiamento semelhante para tarifas sobre automóveis e peças automotivas que cumprissem as regras do USMCA. Agora, resta saber se a isenção será estendida ao Canadá e se Trump manterá sua promessa de impor novas tarifas em abril, o que pode reacender as disputas comerciais na América do Norte.