Trump afirma que Putin e Zelensky estão dispostos a firmar acordo de paz

Presidente norte-americano diz estar próximo de intermediar cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, criticando ineficiência europeia nas negociações

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na quinta-feira (3) que tanto o presidente russo, Vladimir Putin, quanto o líder ucraniano, Vladimir Zelensky, estão dispostos a negociar um acordo de paz. Segundo Trump, as conversas entre os dois países estão avançando sob sua mediação desde fevereiro deste ano.

Durante entrevista a bordo do Air Force One, Trump declarou: “Acho que Zelensky está pronto para fazer um acordo. E acredito que o presidente Putin também está.” Embora tenha evitado entrar em detalhes, o líder norte-americano afirmou que há “muitas conversas boas” ocorrendo entre Washington, Kiev e Moscou.

“Queremos ver esse conflito acabar o quanto antes. Milhares de pessoas têm morrido por semana”, afirmou Trump. Ele também alfinetou a Europa, dizendo que os países europeus falharam nas tentativas de lidar com Putin, ao contrário dele, que acredita estar no caminho certo para pôr fim à guerra.

As declarações ocorrem no momento em que Kirill Dmitriev, enviado especial de investimentos de Putin, esteve em Washington para se reunir com Steve Witkoff, emissário norte-americano para o Oriente Médio. Segundo Dmitriev, os encontros visaram discutir a normalização das relações entre os dois países, congeladas desde 2022, durante a gestão de Joe Biden. O russo destacou o “caráter positivo” das negociações e afirmou que mais encontros serão necessários para superar os impasses.

Keith Kellogg, enviado de Trump para a questão ucraniana, afirmou à Fox Business que o presidente tem se mostrado “frustrado” com ambas as lideranças, mas se mantém otimista. Para ele, o processo está “à beira” de alcançar um cessar-fogo abrangente.

Apesar dos avanços, o Ministério da Defesa da Rússia acusa a Ucrânia de ter violado a trégua energética firmada no mês passado, atacando depósitos de combustível, instalações de gás e redes elétricas, mesmo com o compromisso de suspender tais ações por 30 dias. Por sua vez, Kiev acusa Moscou de descumprir os mesmos termos.

Moscou insiste que qualquer solução duradoura só será viável se os Estados Unidos e a Ucrânia enfrentarem as raízes do conflito. Entre as exigências russas estão a desistência ucraniana de ingressar na OTAN e o reconhecimento da Crimeia e de outras quatro regiões ucranianas anexadas como parte do território russo.