Na opinião do presidente do BC, Roberto Campos Neto, Xi Jinping pode não repetir esforços para socorrer companhias e bancos quebrados
China Evergrande: dívidas de R$ 1 trilhão
Os sinais de que a construção civil chinesa já estava à beira de um colapso não são atuais. Em fevereiro de 2022, a imprensa internacional já destacava a saúde precária das incorporadoras asiáticas que não seriam capazes de quitar suas dívidas e cumprir sua agenda de compromissos com clientes.
Além da maior de todas - a China Evergrande Group - entraram no clube de endividados Zhongliang Holdings, Ronshine China, Shinsun Holdings, Yuzhou Group Holdings Company Limited, KWG Group Holdings, além da recente “adesão” da Country Garden Holdings.
Segundo cálculo feito por um ex-agente do governo de Xi Jinping, o tamanho da crise imobiliária é maior do que se parece, e pode significar mais de 1,4 bilhão de imóveis que não serão entregues - muito menos ocupados - por seus moradores.
Troca de modal
Embora aparente - e realmente, seja - desesperadora, a conjuntura da economia chinesa não tem causado tanto espanto ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Na avaliação do economista, o governo comunista não deve repetir esforços sobrenaturais para salvar as companhias da falência.
Durante participação em evento da 1618 Investimentos, Roberto Campos Neto observou que a China atravessa um processo de substituição do modal econômico. Em vez de investir (ou resgatar) pesado na antes promissora indústria de construção, o Partido Comunista Chinês está se empenhando em expandir seus negócios nos segmentos de inovação e consumo. A mudança estratégica, segundo Campos Neto, pode custar ao país um percentual menor de crescimento.
De acordo com cálculos do Banco Mundial, o Produto Interno Bruto da China deve ficar em 5,1% em 2023 e apenas 4,4% em 2024.
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