Diretores da Petrobras estão sendo investigados pela própria estatal
Grupo Unigel
Após alerta do TCU (Tribunal de Contas da União), a cúpula da Petrobras decidiu investigar a fundo a denúncia de que diretores da estatal teriam assinado um contrato suspeito com o grupo Unigel - que enfrenta grave crise financeira - para investir na fabricação de fertilizantes nas unidades de Sergipe e Bahia.
Após a conclusão de uma auditoria privada, baseada em dados do TCU, foram apreendidos os celulares de dois suspeitos de atuar de forma irregular: o diretor de Processos Industriais e Produtos, William França, e o diretor de Relacionamento com Investidores, Sérgio Caetano Leite. No caso de França, pesa ainda contra ele a acusação de ter forjado uma paralisação em seu setor para obrigar a Petrobras a fechar o contrato com o Unigel.
“É no mínimo estranha a hipótese utilizada para justificar a contratação aventando a possibilidade de que demissões privadas, ocorridas no âmbito do Grupo Unigel possam desencadear movimentos grevistas no âmbito da Petrobras, sem que haja qualquer tipo de ligação entre esses funcionários privados e a estatal”, apontou o ministro do TCU, Benjamin Zymler.
Inicialmente, a Petrobras rebateu os indícios levantados pelo TCU, apontando que o contrato havia seguido os trâmites legais.
“A celebração do contrato de tolling com a Unigel respeitou o sistema de governança da empresa e todos os trâmites e procedimentos pertinentes. Já o valor do contrato citado está dentro do limite de aprovação do responsável pela área e passou por todas as instâncias prévias de anuência e validação”, escreveu.
Imbróglio na Petrobras foi relatado pelo TCU em fevereiro
Como o Rumo Econômico mostrou, o Tribunal de Contas da União intimou o governo Lula no mês passado a explicar as condições de um contrato firmado em janeiro entre a Petrobras e o grupo Unigel. O acerto de R$ 759 milhões foi concretizado no final de 2023 e abrange operações como industrialização, armazenamento e pós-venda nas fábricas de fertilizantes da estatal em Sergipe e na Bahia. De acordo com o TCU, o acerto poderá resultar em um prejuízo de quase R$ 500 milhões à Petrobras.
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