Subprocurador do TCU quer saber se "players do mercado financeiro" influenciaram em um corte menor da Selic
Em sua mais recente reunião realizada em 8 de maio, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu reduzir o percentual de corte da Selic. Em vez de determinar a redução de 0.50 ponto percentual, a autoridade monetária eliminou apenas 0,25 ponto percentual, fixando a taxa de juros de referência em 10,25% ao ano.
Entre os motivos alegados pela pisada no freio, o BC apontou fatores externos e internos, como a resistência da inflação nos Estados Unidos e a alta nos preços dos alimentos no Brasil. As alegações técnicas do Banco Central, entretanto, não parecem ter convencido burocratas que agora tentam intervir nas decisões de um órgão independente.
É o caso do Ministério Público Federal (MPF), junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), que acaba de ingressar com uma representação para “identificar eventuais desvios de finalidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na definição da taxa Selic”.
Na visão do subprocurador Lucas Furtado, o processo para estabelecer a taxa de juros pode ter sido influenciado por agentes do mercado financeiro. “É evidente o risco de a definição da taxa Selic depender de projeções calcadas em estudos realizados por bancos e instituições privada”, apontou Furtado.
“A descoberta de eventual manipulação do mercado financeiro para ganhos próprios e indevidos por instituições financeiras privadas não representaria, neste caso, novidade ou surpresa”, ratificou.
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