Chefe responsável pela ponte que desabou tem histórico de irregularidades e responde a processo na Justiça
O colapso da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, no Rio Tocantins, que causou a morte de pelo menos quatro pessoas e deixou outras 15 desaparecidas no último domingo (22), trouxe à tona o histórico controverso de Renan Bezerra de Melo Pereira, atual superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no Tocantins.
Renan, que ocupa o cargo desde 2023 sob indicação do deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos-TO) e aval do presidente Lula (PT) e do ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), já foi preso pela Polícia Federal em 2017, durante a Operação Ápia. Ele responde como réu por suspeitas de peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e fraudes em contratos de obras públicas, com desvios estimados em mais de R$ 200 milhões.
À época da operação, Renan era superintendente da Agência de Transporte e Obras Públicas do Tocantins (AGETO-TO) e foi denunciado junto a políticos e empresários de destaque no estado. A investigação apurou que os recursos desviados do BNDES teriam sido utilizados para financiar ilegalmente campanhas eleitorais. Atualmente, o processo tramita na Justiça Eleitoral.
O acidente envolvendo a ponte evidencia a falta de manutenção e descaso nas gestões públicas, especialmente nos últimos dois anos. Além das vítimas fatais e desaparecidos, o incidente causou danos ambientais significativos, com o derramamento de 76 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas de caminhões que afundaram no rio.
Apesar de ter sido empossado como chefe regional do DNIT para solucionar problemas de infraestrutura, Renan Bezerra carrega um histórico que levanta questionamentos sobre sua aptidão para o cargo. Agora, sob pressão, o governo federal enfrenta críticas pela nomeação e gestão, enquanto tenta se posicionar como solucionador de uma tragédia que poderia ter sido evitada.
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