Status da economia brasileira a dois meses do fim do ano
- Carlos Dias
- 30 de out. de 2023
- 2 min de leitura
Resultados que apontem um crescimento econômico do país dependerão de estabilidade para os próximos meses

Crédito da imagem: GETTY IMAGES
O Fundo Monetário Internacional (FMI), projetou antecipadamente um crescimento de 3,1% para o Brasil em 2023, uma visão otimista até o momento. Porém, apesar da generosa visão projetada pela instituição, há fatores e sinais importantes que não devem ser ignorados pelo brasileiro e que não estão diretamente ligados aos erros internos evitáveis.
A perspectiva positiva do FMI tem como base um cenário de estabilidade que pode vir a falhar, pois conta com um intenso recuo do aperto monetário atual, já iniciado pelo Banco Central. O grande problema de todo esse otimismo é justamente a falta de garantias quanto a ausência de novas turbulências econômicas que gerem novos choques inflacionários e na economia global.
Dois fatores centrais tem direta influência nessa questão de estabilidade, a economia norte-americana e a forte desaceleração da atividade econômica da China. Recentemente o CEO do JP Morgan, Jamie Dimon, alertou que mediante um não recuo da inflação nos EUA, o efeito será um avanço do aperto monetário no país (chegando talvez a 7% nos Fed Funds) para o qual o mundo não estará preparado.
O efeito imediato disso no Brasil, será a inviabilização de uma redução da taxa Selic por parte do Banco Central no curto e médio prazo. Esse resultado pode ser agravado ainda mais pelo enfraquecimento econômico chinês, que afeta diretamente o país, reduzindo a demanda por commodities como minério de ferro, soja, petróleo, açúcar, carne e outras. Somado a essas tensões econômicas, há ainda os conflitos geopolíticos como fatores geradores de crises imediatas, principalmente ao produzir elevações intensas no preço dos combustíveis.
O cenário político interno também não é dos mais animadores. Reformas que não produziram o impacto desejado estão ainda mais enfraquecidas por medidas que, ao fim, elevam encargos e consequentemente reduzirão a produtividade das empresas em diversos setores.
Por fim, novas medidas terão que esperar mais um tempo para serem discutidas e aprovadas, tendo em vista que o Congresso Nacional deve entrar em recesso nas próximas semanas e em meio a discussões de ações que visam a contínua elevação dos impostos. Para o ano de 2024, as perspectivas não são muito diferentes das atuais, o que é preocupante a longo prazo.
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