Bloqueio Atmosférico causa enchentes no Rio Grande do Sul

A safra de grãos de soja pode perder cerca de 1 milhão de toneladas

Vidas e agro em perigo: chuva não dá trégua no RS

Além das perdas humanas, o bloqueio atmosférico que concentrou as fortes chuvas no Rio Grande do Sul deve comprometer a produção agropecuária do estado e influenciar nos resultados da economia nacional. 

Cerca de 60% dos municípios foram afetados pelas enchentes, o que levou o governo federal a decretar estado de calamidade pública, conforme publicado nesta quinta-feira (2) no Diário Oficial da União, Centenas de milhares de gaúchos perderam suas residências e estão desabrigados.

O presidente do Fundo de Desenvolvimento da Defesa Sanitária Animal, Rogério Kerber, afirmou que grande parte do que o Rio Grande do Sul produz nos setores de abate e grãos pode ser perdida com a catástrofe.

Segundo Kerber, as granjas serão as mais afetadas pelo desastre natural, em razão dos bloqueios das estradas. “Além dos ovos não poderem ser transportados para o comércio, as rações para as galinhas também não chegam ao seu destino”, explicou.

Sojas: perdas irreparáveis

A soja cultivada no Rio Grande do Sul também será afetada. A demora para realizar a colheita - com a impossibilidade de tráfego das máquinas - deve reduzir a safra de 23 para 21 milhões de toneladas. O mesmo deve ocorrer com outros produtos, como fumo, feijão, arroz e milho.

A carne de frango também não deve escapar dos efeitos causados pelas enchentes. Sem poder transportar os cerca de 3 milhões de aves abatidas diariamente, tanto as vendas internas como as exportações devem ser prejudicadas. O estado do Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor e exportador do Brasil.