Senador alerta sobre os perigos da reforma para o agro e serviços

Segundo o senador Oriovisto Guimarães, os impostos devem triplicar até 2025

Senador Oriovisto Guimarães (Podemos) - Agência Senado Federal

Desmoralizado pelas recentes declarações de Lula sobre a meta fiscal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acredita que a reforma tributária será aprovada nesta terça-feira (7) com uma boa margem de votos.

Após se reunir com o relator da PEC 45 na Casa, Eduardo Braga (MDB-AM), Haddad disse que o texto pode receber “60 votos favoráveis” dos 81 possíveis.

A opinião do petista, contudo, não recebeu a mesma dose de otimismo do senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR). Pior. Na visão do parlamentar, o conteúdo da proposta deve complicar ainda mais a situação dos governadores.

“O que chegou para nós não poderia ser pior e possui vários problemas”, admitiu Oriovisto, ao citar o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual. Para o senador, o sistema de tributação com especificações para a União e estados e municípios quebra o que conhecemos hoje como federação, além de concentrar as decisões em um tipo de “conselhão”, como tem sido apelidado o Conselho Federativo.

Senador classifica texto da reforma como “muito ruim”

Além de levantar suspeitas sobre sua efetividade, o senador Oriovisto Guimarães diz não compreender ainda como o Conselho Federativo irá operar - e por que algumas capitais teriam maior poder de decisão.

"Por exemplo, conta mais votos para São Paulo do que para Curitiba. É algo muito atrapalhado”, constatou.

As críticas do congressista são ainda mais pesadas, ao fazer prognósticos sobre o futuro da tributação. Caso o texto não seja alterado em sua versão final, Oriovisto aponta que a carga tributária deverá triplicar até 2025, pesando sobre os setores do agronegócio e serviços.

“Só deve valer em 2025, mas é um texto, acima de tudo, muito ruim”, ressalta.