Presidente em exercício da Embrapa pediu mais emendas parlamentares. Senadores querem planos contra seca e enchentes
Durante audiência pública convocada por parlamentares de oposição nessa semana, em Brasília, o presidente em exercício da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Clênio Nailto Pillon foi sabatinado pelos senadores e pressionado a buscar alternativas para ampliar a capacidade de recuperação do agro gaúcho - totalmente devastado pelas enchentes de maio. A atividade econômica, segundo o IBGE, responde atualmente por 40% do produto interno bruto do estado.
Durante sua participação na bancada, o dirigente pediu que o Congresso libere mais emendas para que as ações já tomadas pela Embrapa possam ter um efeito maior e mais célere para a população do Rio Grande do Sul.
“Queremos estruturar uma rede robusta de experimentos em campo, adequando estratégias metodológicas, e usar modelos que servirão de base para serem usados nas áreas atingidas”, afirmou Pillon.
“Essa calamidade trouxe um impacto profundo sobre a economia local, e há que se estabelecer um planejamento estratégico, porque as consequências se darão por anos. O Rio Grande do Sul é um estado cuja base da economia vem das atividades agropecuárias e florestais, e esse esforço conjunto se mostra fundamental para a retomada da produtividade”, concluiu o dirigente.
Facilitação de crédito para produtores afetados pelas enchentes
Segundo relatório apresentado por senadores na audiência, mais de 206 mil propriedades foram afetadas no estado, prejudicando cerca de 48 mil produtores, principalmente de milho e soja.
O vice-presidente da comissão externa, senador Ireneu Orth (PP-RS), reconheceu que a região afetada pelas cheias “é de difícil recuperação”. Na opinião do parlamentar, os produtores precisam ter acesso facilitado a linhas de crédito para se reerguer.
“Além de um financiamento de longo prazo, as ações para desassoreamento de rios precisam também ser retomadas, principalmente nos grandes leitos. Reforçarmos a ideia da criação de reservatórios de água para uso no período das secas. São medidas fundamentais, além de todas as mencionadas aqui, porque a nossa expectativa é de que nossos irmãos gaúchos possam voltar às suas atividades normais, a manter suas famílias e suas propriedades no mais curto prazo de tempo possível”, reiterou o senador.
Comments