Proposta apresentada aos países do G20 prevê troca do pagamento de uma parcela da dívida externa por obras no sistema de saúde
À espera de arrecadar cada vez mais impostos - e distante de cumprir o déficit primário previsto no arcabouço fiscal de 2024 - o governo Lula agora pensa em aliviar a situação de países devedores em troca de investimentos no setor de saúde.
A proposta - semelhante à da renegociação de dívidas dos estados - foi apresentada no último dia de reuniões do G20 e deve ser discutida na reunião de cúpula da entidade no Rio de Janeiro, em novembro.
“A gente encorajaria os países do G20 a se engajarem em negociações bilaterais com os países devedores para fazer o seguinte negócio: abrir mão de receber uma parcela da dívida deles em troca de utilizar essa mesma parcela para investir no sistema nacional de saúde deles”, explicou Alexandre Ghisleni, que atua como assessor de assuntos internacionais do Ministério da Saúde.
Segundo Ghisleni, o objetivo central desse “perdão” seria evitar que esses países, que já não conseguem cumprir com seus compromissos, gastem mais com os juros e abandonem os investimentos no SUS.
“Existem muitos países grandes que estão em crise de dívida. Ao mesmo tempo, o mundo está precisando de um sistema de saúde mais forte e corre o risco de haver uma nova pandemia”, analisou o assessor.
Lula já falou em perdoar dívida de africanos
Durante passagem por Egito e Etiópia em fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já cogitou aliviar as dívidas dos países africanos - prática feita tanto por Lula como por Dilma Rousseff.
“Queremos promover ampla discussão sobre a dívida externa dos países africanos”, anunciou Lula. “Mesmo com a presença permanente da União Africana no G20 a partir desse ano, a sub-representação do continente ainda demanda pelo menos dois novos países como membros plenos”, reiterou,
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