Parceria entre Globo e China Media Group será crucial para reforçar a propaganda chinesa no país
No início desta semana, Rafael Fontana publicou em seu perfil no X uma informação que causou um burburinho nas redes sociais. Sem divulgar detalhes - obviamente, mantidos em sigilo pelas partes interessadas - o jornalista anunciou que o grupo Globo havia fechado um acordo com a China Media Group para transmitir um conteúdo 100% endossado pelo Partido Comunista Chinês.
Segundo o jornalista, a moeda de troca oferecida por Xi Jinping seria um aumento considerável no patrocínio de empresas chinesas ao canal brasileiro.
“A TV brasileira irá transmitir toda a propaganda comunista produzida pelo China Media Group, onde eu trabalhava em Pequim”, escreveu Fontana. “Em troca, mais empresas chinesas irão patrocinar a emissora brasileira. Aquilo que você vê na Globo, é a China que manda”, reiterou.
China aumentou "investimentos" na mídia brasileira a partir de 2019
Embora a influência chinesa ainda cause espanto aos mais desavisados, os investimentos do PCCh no Brasil estão longe de serem novidade - e de simbolizarem um “acordo secreto”.
Em novembro de 2019, poucos meses antes da pandemia de covid-19 iniciar em um laboratório em Wuhan, a mesma China Media Group havia abordado a Rede Bandeirantes de Televisão. O contrato foi anunciado pela própria emissora em seu site.
“O Grupo Bandeirantes de Comunicação assinou nesta segunda-feira, 11, um acordo de cooperação com o China Media Group, que reúne os principais veículos de comunicação chineses. A parceria prevê produções conjuntas e compartilhamento de conteúdo, estreitando as relações entre Brasil e China”, publicou o canal paulistano.
Os sinais da influência comunista na Band são explícitas. Sem esconder sua preferência política nos últimos cinco anos, apresentadores do canal passaram a atacar o governo Bolsonaro, que nunca escondeu sua aversão a acordos predatórios chineses. Entre eles: Reinaldo Azevedo, José Luiz Datena e até mesmo auto-intitulado “Craque” Neto.
No ano passado, outra revelação semelhante veio à tona. Uma matéria do New York Times apontou que o Partido Comunista Chinês estava por trás de uma campanha midiática em diversos países, incluindo África do Sul, Gana, Índia, Zâmbia e Brasil. Os recursos, segundo a reportagem, miravam sites de esquerda, como o Brasil de Fato, que receberiam recursos para defender cegamente a política de Xi Jinping.
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