Rússia estuda bloquear exportação de recursos estratégicos para o Ocidente
- Núcleo de Notícias
- 30 de set. de 2024
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Países "não amigáveis" podem perder acesso a metais essenciais como urânio, níquel e titânio
A Rússia está avaliando interromper a exportação de recursos estratégicos para países que considera hostis, afirmou o vice-primeiro-ministro Aleksandr Novak. A medida faz parte de possíveis retaliações às sanções impostas pelo Ocidente e pode afetar commodities de alta demanda no mercado global, segundo Novak, que comentou o assunto durante a Semana da Energia da Rússia.
Embora Aleksandr Novak não tenha detalhado quais produtos seriam incluídos na lista, especula-se que metais fundamentais para a transição energética, como urânio, níquel e titânio, estejam entre os mais prováveis. Esses materiais são críticos para indústrias de alta tecnologia, geração de energia limpa e para a aviação.
O governo russo está analisando cuidadosamente o impacto potencial das restrições para garantir que a própria economia do país não seja prejudicada, especialmente em setores internos que dependem desses recursos. A expectativa é que propostas formais sejam apresentadas em breve.
A ideia de limitar as exportações de commodities estratégicas foi sugerida pelo presidente Vladimir Putin no início do mês. Ele pediu ao governo que avaliasse os prós e contras de restringir a venda de produtos essenciais, em resposta às sanções ocidentais. Putin destacou que, apesar das limitações impostas a alguns produtos russos, o país ainda é um fornecedor global relevante, exportando materiais tanto para nações aliadas quanto para as hostis.
Entre os produtos mencionados, o urânio ocupa um papel fundamental. Estima-se que a Rússia controle cerca de 40% do mercado mundial de urânio enriquecido, usado tanto na geração de energia nuclear quanto na produção de armas nucleares. Mesmo com o embargo dos EUA à importação de urânio russo, uma exceção foi feita para compras até 2028, devido à dependência americana do material.
Além disso, a Rússia está entre os dez maiores produtores de níquel, componente essencial para tecnologias de energia limpa, e é o terceiro maior produtor mundial de titânio, indispensável para a indústria aeroespacial. Apesar da guerra na Ucrânia, empresas americanas e europeias continuam comprando grandes volumes de titânio russo, dada a importância desse recurso para seus setores industriais.
Caso a Rússia avance com a medida, os efeitos sobre a cadeia de fornecimento global poderão ser amplos, aumentando a tensão entre Moscou e o Ocidente em meio ao conflito na Ucrânia.
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