Rússia acusa cúpula de paz liderada por Zelensky de ser uma farsa
- Núcleo de Notícias
- 22 de set. de 2024
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Encontro promoveria fórmula "inviável" de Kiev para encerrar o conflito, segundo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia
Representante oficial da chancelaria russa, Maria Zakharova
A Rússia anunciou que não participará da segunda “cúpula de paz” promovida pela Ucrânia, prevista para o final deste ano. De acordo com Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, o evento seria baseado na chamada "fórmula de paz" de Vladimir Zelensky, recentemente renomeada como ‘Plano de Vitória’, e teria como objetivo impor um ultimato a Moscou.
Zelensky, ao falar a jornalistas em Kiev na sexta-feira, pediu que o Ocidente intensifique o apoio à Ucrânia para encerrar o conflito em 2024. O presidente ucraniano também mencionou o desejo de incluir a Rússia em seu próximo evento de paz, dado o apoio majoritário da comunidade internacional a essa ideia.
Entretanto, Zakharova desqualificou a proposta, classificando-a como uma “fraude anglo-saxônica conduzida por seus fantoches ucranianos”. Segundo ela, a cúpula não teria relação real com a resolução do conflito, mas sim a intenção de forçar a aceitação da “fórmula inviável de Zelensky” como base para as negociações, com o objetivo de pressionar a Rússia a aceitar termos inaceitáveis.
A porta-voz reafirmou que a Rússia não descarta uma solução diplomática, mas apenas sob propostas sérias que levem em conta a situação atual. O presidente Vladimir Putin, em junho, destacou que Moscou estaria disposta a negociar imediatamente, desde que Kiev retire suas tropas de Donbass, Kherson e Zaporozhye, e comprometa-se com a neutralidade, desmilitarização e desnazificação. Além disso, a Rússia se recusa a dialogar enquanto a Ucrânia continuar ocupando partes da região de Kursk e atacando civis na área.
Zakharova também criticou duramente Kiev e seus aliados ocidentais, afirmando que "eles não buscam a paz, mas sim a continuação da guerra". Ela citou a invasão ucraniana em Kursk e os pedidos de Zelensky por armas de longo alcance da OTAN para ataques em solo russo, chamando essas ações de "terrorismo contra a população" da Rússia.
A primeira cúpula de paz foi realizada na Suíça, em junho, sem a participação da Rússia. O evento girou em torno de alguns pontos da fórmula de paz de Zelensky, mas evitou questões centrais, como a retirada das tropas russas dos territórios reivindicados pela Ucrânia. Putin classificou o encontro como uma tentativa ocidental de criar uma ilusão de coalizão global anti-Rússia.
Zelensky anunciou na sexta-feira que havia finalizado seu "Plano de Vitória", o qual apresentará ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta semana. Segundo o líder ucraniano, a viabilidade do plano dependerá de "decisões rápidas" por parte dos aliados de Kiev entre outubro e dezembro deste ano.
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