Rodrigo Maia e a crise com o governo Bolsonaro
- Carlos Dias
- 10 de nov. de 2020
- 3 min de leitura
A sabotagem do Presidente da Câmara Federal
Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
A crise provocada por interesses políticos nocivos de controle da máquina pública federal tem gerado um enorme desconforto entre parlamentares e levado o país à visualização de um cenário de prévia destruição do Brasil.
À exceção da reforma da previdência, embora reduzida em seus impactos positivos por cortes “bem medidos” nas comissões do parlamento, nenhuma outra reforma avançou de forma consistente ou sequer foram tratadas com a responsabilidade necessária para responder aos evidentes sinais de fragilidade das contas públicas expostas desde o final de 2018.
Com a chegada do vírus chinês no Brasil, parece que a frieza polar de Rodrigo Maia se ampliou, ao perceber que as medidas de defesa sanitárias impostas por um ministro do DEM poderiam aumentar sua capacidade de negociação ao limite de um suicida. A precariedade das contas públicas e o momento de histeria provocado covardemente pela massificação produzida pela mídia tradicional deram a Rodrigo Maia uma potência de destruição efetiva.
O isolamento horizontal, medida de ataque à ordem econômica mais do que medida de proteção sanitária, abateu a recuperação econômica em curso, desenhada em projeto político explicado amplamente à nação, desde a campanha eleitoral de 2018 e executado à baixa velocidade imposta pelo Congresso Nacional, ao longo de 2019.
A atividade econômica brecada por um fator externo, até então imponderável, calibrou e municiou a sanha da esquerda e do Centrão de ampliar a sabotagem às políticas de recuperação econômica do país. Contando com medidas restritivas de circulação dos cidadãos, drasticamente efetivadas por governadores, as famílias tiveram suas rendas bastante reduzidas e foram objeto de um estado de sítio sem correspondência na Constituição da República.
Apesar da calamidade consagrada, Rodrigo Maia fechou a pauta para as reformas tão necessárias em um passado próximo e que se tornaram urgentíssimas no presente. Essa insensibilidade atacou o seio de famílias de baixa renda com o interesse provocar uma reação da população em sentido contrário à do governo Jair Bolsonaro.
Rodrigo Maia permitiu que Medidas Provisórias importantes caducassem e, se aproveitando do momento em que um choque de liquidez se tornou extremamente necessário,-através da ampliação da oferta de recursos do Tesouro Nacional para manutenção de empregos, dar segurança a trabalhadores autônomos, a aposentados, a pensionistas e a milhares de empresas de diversos portes-, distorceu e inverteu a lógica das medidas para promover a distribuição de fartos recursos para estados e municípios sem qualquer contrapartida de ajustes em suas contas ou de controle de gastos, potencializando o déficit nas contas públicas da União.
Governadores que foram irresponsáveis na gestão fiscal e não implementaram qualquer medida de redução de gastos, de desenvolvimento e geração de emprego, como o governador afastado do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, aproveitaram-se da pandemia provocada pelo vírus chinês para inclusive deixar de pagar dívidas junto à União. Portanto, foram premiados pela ineficiência e pela falta de compromisso com seus estados, seus cidadãos e com o país. O esforço único ficou a cargo do governo federal.
As medidas impostas por Rodrigo Maia ao não ter a grandeza de pensar nos brasileiros e no Brasil irão ampliar de forma criminosa o déficit fiscal para perto de R$ 900 bilhões neste ano de 2020. Esse conjunto de medidas tangencia o enquadramento de Rodrigo Maia em crimes contra a ordem econômica e contra o país.
Em síntese, as ações diretas de Rodrigo Maia colocaram em risco a recuperação econômica e social do Brasil, fragilizam e tornam instáveis as reais possibilidades de recuperação econômica prevista para 2021. As atitudes do presidente da Câmara Federal ao inibir, via manobras de controle de pauta no Parlamento, a recuperação do país, aumenta o risco da deterioração econômica e social, forjando uma crise que só será superada por resposta aguda e firme da população nas ruas para rejeitar atos tão danosos ao país.
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