Deputado José Guimarães afirmou que é preciso "fazer déficit" para ganhar eleições
PT
Ainda que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, “jure” que o governo Lula se “esforçará ao máximo” para manter a promessa de déficit zero na meta fiscal para 2024, personagens de destaque do PT caminham em direção oposta.
Ao menos é que o líder do governo na Câmara, deputado federal José Guimarães (PT-CE), admitiu durante evento de planejamento do Partido dos Trabalhadores para as eleições municipais de 2024. Segundo o parlamentar, cumprir a meta fiscal é importante, mas isso poderia representar a derrota da legenda nas urnas no ano que vem.
“Se tiver que fazer déficit, vamos ter que fazer. Senão a gente não ganha a eleição em 2024”, declarou Guimarães, de forma aberta e pragmática. “É claro que o governo Lula tem uma responsabilidade fiscal, mas temos um problema”, equaciona.
Deputados petistas defendem aumentar o rombo fiscal
O discurso que prega ter menos responsabilidade com as finanças do pagador de impostos não é um caso isolado no PT. Em novembro, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) apresentou duas emendas ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024, com previsão de déficit de 0,75% e 1% do Produto Interno Bruto, respectivamente.
Durante o evento pré-eleitoral, o projeto de Lindbergh para ampliar o rombo fiscal também foi defendido por sua noiva, a presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PT-PR).
“Eu acho que sinceramente a gente não tinha que se preocupar com resultado fiscal ano que vem. Por mim, faria um déficit de 1%, 2%, não iria mexer na economia”, calculou Gleisi, demonstrando falta de conhecimento sobre macroeconomia.
A fala de Gleisi só foi rebatida por Haddad, que permanece em defesa da meta.
“Não tem bala de prata. ‘Faz o déficit e resolve tudo’. Não existe isso. É um conjunto de medidas para fazer a economia crescer”, retrucou Haddad
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