“O que pode acontecer quando alguém faz algo condenável e outras pessoas ficam sabendo?”
Vivemos tempos em que os chamados "rabos-presos" parecem assolar nossas instituições e corroer a confiança social. Essa expressão, tão popular, simboliza uma vulnerabilidade moral: o estado de quem pode ser chantageado por erros, crimes ou condutas inaceitáveis, tornando-se um joguete nas mãos de quem detém o poder de expor suas falhas.
Ter o "rabo-preso" é a consequência direta de atos reprováveis. Essa vulnerabilidade é explorada para condicionar decisões e manipular aqueles em posições de poder. A chantagem se torna uma arma perigosa, com o potencial de comprometer a ética e favorecer interesses escusos, em detrimento do bem coletivo.
Hoje, milhões de brasileiros anseiam por líderes "limpos", imunes à corrupção e à chantagem, dotados de valores como honestidade, responsabilidade e probidade. Esse clamor ético reflete o cansaço coletivo com a imoralidade que permeia a política e tantas outras áreas da sociedade.
Embora a perfeição não exista, é fundamental exaltarmos exemplos históricos de moralidade, como Chico Xavier, Mahatma Gandhi, Madre Teresa e Malala Yousafzai. Mas onde estão os brasileiros que poderiam ser referência ética? Onde estão os patriotas que, livres de “dossiês pecaminosos,” podem liderar com integridade?
Os "rabos-presos" não se limitam à política. Encontram-se também em outros setores privilegiados, como o Judiciário, as Forças Armadas, a educação, a diplomacia e até mesmo entre líderes religiosos. Nessas esferas, a ausência de integridade causa prejuízos incalculáveis à credibilidade das instituições e à confiança social.
Nas forças de segurança, por exemplo, a existência de comandantes vulneráveis à chantagem ameaça a hierarquia, a disciplina e o próprio interesse público. Líderes precisam ser moralmente inabaláveis, pois suas ações repercutem amplamente, moldando a cultura e a ética de suas corporações.
É desolador ver autoridades sucumbirem à chantagem por conta de seus próprios erros ou de terceiros, como parentes ou aliados problemáticos. Muitas vezes, passam o restante de suas vidas tentando evitar escândalos relacionados a adultério, corrupção, dependência química ou outras falhas que, expostas, podem destruí-los.
A melhor defesa contra essas situações é a prevenção: agir corretamente, de forma ética, para que ninguém tenha poder sobre nós. Um indivíduo sem “rabo-preso” é mais livre, mais forte e menos vulnerável a manipulações.
No entanto, é preciso cautela ao julgar os outros. Não devemos nos tornar acusadores implacáveis ou fomentar denúncias infundadas. A confiança e o respeito mútuo são pilares de uma convivência saudável. Afinal, quem tem “rabo-preso” nunca é livre nem verdadeiramente soberano.
Concluindo, a prevenção continua sendo o caminho mais eficaz para combater a corrupção e preservar a integridade das pessoas e das instituições. O “sistema” pode ser implacável, mas cabe a cada um de nós agir de forma ética, fortalecendo a sociedade como um todo.
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