Putin formaliza nova doutrina nuclear russa com medidas de retaliação ampliadas
- Núcleo de Notícias
- 19 de nov. de 2024
- 2 min de leitura
Documento amplia os critérios para uso de armamento nuclear

O presidente russo, Vladimir Putin, promulgou uma nova doutrina nuclear que altera oficialmente as diretrizes militares do país, conforme anunciado em setembro. O texto atualizado foi publicado nesta terça-feira (19), destacando mudanças significativas nas políticas de dissuasão nuclear da Rússia.
Expansão das condições para uso nuclear
A nova doutrina autoriza o uso de armas nucleares para prevenir agressões de blocos militares ou países que possuam armas de destruição em massa ou arsenais convencionais significativos. A política também se aplica a nações que permitam o uso de seu território para preparar e lançar ataques contra a Rússia.
Ataques provenientes de membros de alianças militares serão considerados ações coletivas, independentemente de o país agressor possuir armas nucleares. Nações não alinhadas formalmente a blocos militares, mas que recebam suporte de potências nucleares, também estão incluídas na política de retaliação.
Garantia de retaliação inevitável
A principal mensagem da nova diretriz é garantir que possíveis agressores compreendam que qualquer ataque contra a Rússia resultará em uma resposta inevitável. A doutrina estende essa proteção a aliados militares de Moscou, consolidando uma postura mais assertiva diante de possíveis ameaças externas.
Ameaças listadas na nova doutrina
O documento identifica dez principais ameaças que justificam ações de dissuasão, incluindo:
Arsenais nucleares de potências hostis;
Proliferação descontrolada de armas de destruição em massa;
Buildup militar próximo às fronteiras russas;
Desenvolvimento de sistemas antimísseis;
Implantação de armamento convencional capaz de atingir o território russo;
Ameaças de sabotagem com potencial de causar desastres ambientais em grande escala.
Além disso, o texto especifica que a Rússia pode retaliar caso tenha confirmação de um ataque iminente, seja por aeronaves, mísseis ou drones inimigos, assim que essas armas violarem o espaço aéreo russo.
Decisão concentrada na figura presidencial
O presidente russo continua sendo a autoridade máxima para decidir sobre o uso do arsenal nuclear e comunicar essas intenções a outras nações.
Contexto geopolítico
A publicação da nova doutrina ocorre poucos dias após relatos de que o presidente dos EUA, Joe Biden, teria autorizado a Ucrânia a utilizar armas de longo alcance fornecidas por Washington para atacar profundamente o território russo. Putin já alertou que tais ações poderiam escalar para um conflito direto entre a Rússia e a OTAN.
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