Moscou afirma estar aberta ao diálogo, mas exige "legitimidade democrática do governo ucraniano"
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta quinta-feira (19) que está disposto a negociar com a Ucrânia, mas apenas se o presidente Volodymyr Zelensky passar por um processo eleitoral que legitime sua posição. Putin argumentou que, segundo a Constituição ucraniana, não há mecanismo que permita a extensão do mandato presidencial durante a lei marcial, tornando o atual governo ilegítimo.
Durante sua coletiva de imprensa anual, Putin destacou que quaisquer acordos futuros entre os países precisarão ser assinados por autoridades legitimamente eleitas, o que, no momento, se restringe ao parlamento ucraniano, a Rada.
O líder russo afirmou que Moscou segue aberto a negociações com Kiev, respeitando as condições previamente estabelecidas em 2022, que incluíam a neutralidade da Ucrânia, restrições no uso de armas estrangeiras e o reconhecimento das mudanças territoriais decorrentes do conflito.
Putin criticou a decisão de Zelensky de cancelar as eleições parlamentares e presidenciais marcadas para 2023 e 2024, alegando que isso configura uma "usurpação de poder". Ele ressaltou que a legitimidade é essencial para um diálogo construtivo e que "qualquer líder legitimado por voto público será considerado para negociações, inclusive Zelensky".
Pesquisas recentes apontam que o apoio popular a Zelensky está em queda, com apenas 16% dos ucranianos dispostos a votar nele em uma eventual eleição.
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