Guido Mantega afirmou que não tem interesse em atuar na Vale ou Braskem, e que irá escrever sobre seus quase 10 anos em governos petistas
Preso durante o auge da Operação Lava Jato - sob acusação de ter recebido quase R$ 5 milhões em nome do PT - o ex-ministro da Fazenda de Dilma Rousseff, Guido Mantega, voltou a ter seu nome especulado para ocupar um cargo de influência no mercado.
Assim como no passado recente, o economista chegou a ser cogitado para atuar na diretoria da petroquímica Braskem, que recentemente foi condenada no exterior a indenizar moradores de Maceió. Mantega, no entanto, desmentiu a possibilidade, dizendo estar satisfeito em operar como “conselheiro informal do governo Lula”.
“Não sei o que está acontecendo, não recebi mais nenhuma informação a respeito. Nenhuma possibilidade, mesmo porque eu não tenho nenhuma vontade de ir para lá”, negou o ex-ministro, ratificando só ter sido informado uma vez pela Casa Civil de que seu nome também havia sido cogitado para atuar na mineradora Vale.
“Se você vai lá olhar as ações, vai ver que elas estão mais baixas do que quando eu poderia ir para a Vale. Quando se cogitava que eu pudesse ir, as ações estavam em 75 reais, hoje elas estão em 62 reais. Vai dizer que é por minha causa? Não é por minha causa. E da Braskem, bobagem, não tem nada a ver”, ironizou Mantega.
Além de desdenhar e negar convites do governo petista, Guido Mantega - que também atuou no Planejamento e comando do BNDES - revelou que prepara um livro onde ele contará tudo sobre os bastidores, incluindo “deturpações” sobre seu trabalho entre 2006 e 2015 nos governos Lula e Dilma.
O ex-ministro, que já comandou a Fazenda, o Planejamento e o BNDES, disse estar se dedicando a escrever um livro sobre suas experiências no governo, argumentando que buscará combater “visões totalmente deturpadas”.
“Não teve nenhum ministro da Fazenda que ajudou tanto o setor empresarial quanto eu. Eu fiz desonerações, crédito barato, estímulo às empresas, estímulo à exportação, nós fizemos coisas muito boas”, garantiu o ex-ministro que esteve à frente das decisões que levaram o governo a praticar as pedaladas fiscais que levaram Dilma Rousseff ao impeachment em 2016.
“Na luta política, aí tudo fica complicado. Os opositores têm que dizer que é um desastre, quebrou a economia, essas coisas. Mostre os dados, olhe os dados para você ver qual é o desempenho”, rebateu o ex-ministro, que em 2022 chegou a elogiar o plano econômico de Joe Biden e reprovar o trabalho de Paulo Guedes.
Apesar de negar a autoria, o Tribunal de Contas da União (TCU) condenou Guido Mantega a permanecer 5 anos fora de cargos públicos por infrações cometidas na gestão pública, além de aplicar multa de R$ 54, 8 mil.
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