Expectativas para a economia brasileira mostram cenário mais adverso, com inflação acima da meta e ajustes na taxa de juros e câmbio
O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, revelou nesta segunda-feira (16) uma nova rodada de alta nas projeções para indicadores econômicos em 2025. A mediana das expectativas para a taxa básica de juros (Selic) foi elevada para 14%, ante 13,50% na semana anterior.
O cenário reflete um ambiente de maior incerteza econômica, agravado pela desancoragem das expectativas de inflação e uma dinâmica inflacionária adversa. Segundo o Comitê de Política Monetária (Copom), a reação dos agentes ao pacote fiscal do governo contribuiu para uma piora na percepção de risco, pressionando o câmbio e exigindo uma política monetária mais contracionista.
Inflação e Câmbio Sob Pressão
As estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 continuam acima do teto da meta, subindo de 4,59% para 4,60%, marcando a nona semana consecutiva de alta. Já as projeções para o dólar subiram em todos os anos projetados, com o câmbio esperado para 2025 passando de R$ 5,77 para R$ 5,85.
A meta contínua para a inflação, que será adotada a partir de 2025, estabelece um centro de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. As projeções atuais mostram que o Banco Central terá dificuldades em cumprir esse objetivo, especialmente diante da elevação das expectativas para 2024 e 2026.
Perspectivas para o PIB e Dívida Pública
O Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 teve sua previsão levemente ajustada de 2% para 2,01%. Apesar disso, as estimativas para 2026 e 2027 permanecem estagnadas em 2% há mais de 70 semanas.
A dívida líquida do setor público também registrou ajustes. Para 2025, a previsão permaneceu em 67% do PIB, enquanto as estimativas para 2026 recuaram de 70,50% para 70,32%. Já para 2027, houve uma alta significativa, de 73,45% para 74% do PIB.
Considerações Finais
O Boletim Focus reflete um cenário desafiador para a economia brasileira, com inflação persistente, taxa de câmbio pressionada e projeções de juros em alta. Para analistas, os desdobramentos do ajuste fiscal e a resposta do Banco Central à dinâmica inflacionária serão determinantes para a recuperação econômica nos próximos anos.
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