Produtores de leite solicitam reestruturação de dívidas
Mesmo após publicação de decreto federal com benefícios, setor apresenta demanda quanto à concorrência desleal no Mercosul
Crédito da imagem: Agência Brasil
O setor pecuarista brasileiro foi recentemente "beneficiado" pela publicação do decreto federal que promove isenção tributária a indústrias que compram leite nacional. No entanto, os problemas que atingem os produtores é ainda mais profundo, e agora surge a solicitação para que o governo venha a atender mais uma demanda; os agropecuaristas reivindicam a reestruturação de dívidas para os produtores, e ainda uma limitação temporária das importações de leite provenientes de produtores do Mercosul.
Em audiência pública na Comissão das Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, representantes da cadeia produtiva, como, Ronei Volpi, presidente da Comissão Nacional de Bovinocultura de Leite da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), expuseram suas demandas, alegando que embora o decreto publicado tenha sido positivo e inicie seus efeitos práticos de alívio em 90 dias, a situação do setor continua precária, tendo em vista os recursos financeiros cada vez mais escassos.
Segundo os produtores, outro fator também tem prejudicado fortemente o setor, a concorrência desleal por parte de produtores do Mercosul. A importação de leite em pó tem crescido no Brasil, enquanto os produtores nacionais padecem de uma situação de competição desigual onde não há paridade de custos e preços, não havendo também qualquer política pública voltada ao problema. De acordo com os representantes do setor, a solução passa pela interrupção temporária da internalização do leite produzido pelo Mercosul dentro do território brasileiro. Alguns deles sugerem que seja feita uma estruturação com medidas para exportação do leite excedente no Mercosul ao invés de esse excesso de produção ser direcionado ao Brasil.
Outra reivindicação dos agropecuaristas é a reestruturação do setor com a adoção de assistência técnica e crédito. Entretanto, a resposta do governo até o momento é que não há recursos extras sequer para a renegociação das dívidas do setor.
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