Pressionado, Haddad cancela viagem à Europa
- Núcleo de Notícias
- 4 de nov. de 2024
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Ministro da Fazenda enfrenta agenda doméstica em meio à cobrança por respostas que ainda não têm prazo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou sua viagem à Europa nesta semana, numa decisão tardia e insuficiente diante da crescente impaciência do mercado. Em comunicado, o Ministério da Fazenda afirmou que o ministro permanecerá em Brasília “a pedido do presidente Lula” para tratar de assuntos internos, mas não detalhou quais medidas efetivas serão adotadas para enfrentar a crise fiscal.
O cenário de incerteza fiscal no Brasil já vinha provocando nervosismo entre investidores e empresários, que esperavam por uma postura mais proativa do governo em meio ao descontrole nas contas públicas. Na última sexta-feira, o dólar alcançou seu patamar mais alto frente ao real desde 2020, refletindo a ausência de uma resposta clara e prática por parte do governo, enquanto o ministro da Fazenda parecia disposto a manter sua agenda internacional.
A pressão sobre Haddad e Lula para apresentarem uma solução fiscal não é nova, e o mercado aguardava detalhes sobre os cortes de gastos prometidos, uma expectativa que se tornou incerta à medida que o governo adiava o anúncio para um “momento posterior” às eleições municipais. Para muitos analistas, o cancelamento da viagem é apenas uma tentativa de acalmar a opinião pública e o mercado financeiro, mas sem sinais reais de compromisso com o ajuste fiscal.
A justificativa do governo, baseada na necessidade de Haddad focar nos “assuntos domésticos”, soa vaga, especialmente após adiamentos sucessivos das medidas de austeridade. A falta de clareza do governo sobre a política econômica levanta preocupações sobre a credibilidade da gestão Lula em enfrentar o problema fiscal. A prometida retomada da agenda internacional de Haddad em um "momento oportuno" poderá ser vista como mais uma distração, a menos que o governo apresente finalmente uma proposta concreta para reverter o déficit.
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