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Foto do escritorCarlos Dias

Pragmatismo político: o veneno silencioso do Brasil

"Entre a desonra e a guerra, escolheram a desonra e terão a guerra." - Winston Churchill


Recentemente, deparei-me com um texto compartilhado em um grupo do agronegócio que me instigou profundamente. Este encontro motivou-me a elaborar algumas reflexões que gostaria de compartilhar para uma apreciação mais ampla.


Antes de adentrar no tema principal, é fundamental contextualizar que, ao longo dos anos, tenho consistentemente alertado sobre uma questão fundamental: o impacto devastador que o pragmatismo excessivo na política tem exercido sobre nossas vidas e sobre o destino de nossa nação.


O pragmatismo político, quando levado ao extremo, frequentemente nos conduz a decisões de curto prazo que, embora possam parecer vantajosas no momento, acabam por minar os alicerces de nossa sociedade e comprometer nosso futuro. Esta abordagem muitas vezes negligencia princípios éticos e valores fundamentais em prol de ganhos imediatos ou alianças convenientes.


Observo com preocupação como este pragmatismo exacerbado tem se manifestado em diversos setores, incluindo o agronegócio - um pilar importante de nossa economia. As consequências deste modo de pensar e agir vão muito além da esfera política, afetando diretamente a qualidade de vida dos cidadãos, a estabilidade de nossas instituições e o desenvolvimento consistente do país.


É neste contexto que proponho uma reflexão mais profunda sobre as escolhas que fazemos como sociedade. Precisamos reavaliar nossas prioridades e considerar as implicações de longo prazo de nossas decisões políticas. O verdadeiro progresso e a prosperidade duradoura só podem ser alcançados quando aliamos pragmatismo com princípios éticos sólidos e uma visão de futuro de benefício amplo.


Convido, portanto, a uma discussão aberta e construtiva sobre como podemos equilibrar as necessidades práticas do presente com os ideais e valores que desejamos preservar e promover para as gerações futuras. É através de um diálogo franco e de uma análise crítica de nossas ações poderemos traçar um caminho que verdadeiramente atenda aos interesses da nossa nação.


A História nos presenteia com lições valiosas, muitas vezes ignoradas por aqueles que se recusam a enxergar além do horizonte imediato. Em 1938, Munique foi palco de um dos episódios mais emblemáticos da ingenuidade política: a famigerada "política de apaziguamento".


Naquele setembro, líderes europeus, incluindo Chamberlain e Hitler, reuniram-se para discutir o destino dos Sudetos. O resultado? Um acordo que Hitler, com sua astúcia característica, jamais pretendeu honrar. Chamberlain, em sua volta triunfal à Inglaterra, proclamou "paz em nosso tempo", palavras que ecoariam com amarga ironia nos anos seguintes.


Churchill, com sua perspicácia, resumiu a situação de forma contundente: "Entre a desonra e a guerra, escolheram a desonra e terão a guerra." E assim foi. Em menos de um ano, Hitler invadiu a Tchecoslováquia, e logo depois, a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial.


Este episódio nos ensina uma lição básica: a importância de distinguir concorrentes de inimigos. Como bem ilustrou Erik von Kuehnelt-Leddihn, um concorrente compete no mesmo campo que você, enquanto um inimigo busca eliminar o próprio campo de jogo.


Na arena política contemporânea, esta distinção é vital. Enquanto podemos discordar de certas figuras políticas, é essencial reconhecer quem realmente ameaça os fundamentos de nossa sociedade. A extrema-esquerda, com sua ideologia que contradiz os princípios basilares da democracia ocidental, não é meramente uma concorrente, mas uma ameaça real aos valores que construímos ao longo de milênios.


Os exemplos históricos e contemporâneos são abundantes. A Venezuela serve como um lembrete sombrio do que pode acontecer quando ignoramos os sinais. Assim como Hitler assinou o Acordo de Munique sem intenção de cumpri-lo, certos grupos políticos hoje fazem promessas vazias, buscando apenas ganhar tempo e poder.


Vivemos tempos que exigem discernimento e coragem. Não é momento para neutralidade ou indecisão. As escolhas que fazermos hoje terão certamente repercussão no mundo de amanhã. A história nos ensina que a complacência e a cegueira voluntária têm um preço alto demais.


É hora de reconhecer quem são nossos verdadeiros aliados na defesa da liberdade e da democracia, e quem são aqueles que, sob o disfarce de concorrentes políticos, representam uma ameaça existencial aos valores que sustentam nossa sociedade. A covardia, a vaidade e a miopia política podem nos custar caro demais. É tempo de escolher sabiamente, com os olhos bem abertos para as lições do passado e as realidades do presente.

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