Recentes dados sobre a crise imobiliária não batem com metas de Xi Jinping e prognósticos otimistas do FMI. Mas afinal, quem fala a verdade?
Crédito da Imagem: Xi Jinping - Agência Brasil/EBC
Não é arriscado afirmar que os dados sobre a economia chinesa estão protegidos em uma caixa preta inviolável. A cada momento surgem informações que não se conectam e confundem os analistas internacionais.
Nesta semana, por exemplo, um ex-funcionário da ditadura revelou dados sobre o incontável número de residências e edifícios abandonados por empreiteiras como a Country Garden Holdings, que enfrenta graves problemas financeiros.
Ao mesmo tempo, outra notícia que chega da chamada “fonte oficial” (leia aqui, Partido Comunista Chinês) ressalta que o regime está disposto a impulsionar a construção civil e a geração de empregos no país, com estímulos diretos do governo.
O plano foi divulgado pelo próprio Xi Jinping, em transmissão do canal estatal CCTV durante as comemorações do aniversário da “República do Povo”. Segundo o ditador, a intenção é prevenir e resolver os riscos que afrontam à economia atual (como a bolha imobiliária). Xi Jinping também citou que a intenção é atingir as “metas de desenvolvimento social”
FMI endossa Xi Jinping
Apesar das recentes previsões de forte desaceleração do produto interno bruto da China nos próximos anos, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aparenta estar “otimista” em relação ao futuro da segunda maior economia global.
O parecer foi dado pela porta-voz do FMI, Julie Kozack, que sugeriu crescimento do PIB chinês em até 5% neste ano. Os cálculos, segundo Kozack, são baseados no conteúdo de memorandos da Perspectiva Econômica Mundial, que serão divulgados mundialmente nas próximas reuniões do FMI e Banco Mundial previstas para ocorrer no próximo dia 10 de outubro em Marrakech, no Marrocos.
Embora o prognósticos aparentem ser contraditórios (o FMI prevê desaceleração do crescimento econômico da China), a instituição destaca que ela poderá ser revertida caso “reformas estruturais” aconteçam.
Nesse caso, o comunicado do FMI se encaixa perfeitamente no recente anúncio feito por Xi Jinping sobre “medidas para atingir a meta de desenvolvimento social” de seu governo.
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