Polônia fala em buscar armas nucleares e reforço militar diante de ameaça russa
- Núcleo de Notícias
- 8 de mar.
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Governo polonês anuncia planos para dobrar efetivo e fortalecer Defesa

O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, declarou na sexta-feira (7) que o país deve investir em armas nucleares e dobrar o tamanho de seu Exército, ampliando suas capacidades militares em resposta ao crescente risco representado pela Rússia. Em discurso no Parlamento, Tusk ressaltou que a guerra na Ucrânia demonstrou que apenas armamentos convencionais não são mais suficientes para garantir a segurança nacional.
“O campo de batalha está mudando diante de nossos olhos. A Polônia deve buscar as possibilidades mais modernas, incluindo armas nucleares e não convencionais”, afirmou o premiê.
O governo polonês planeja expandir o contingente militar dos atuais 230 mil para 500 mil soldados, implementando um serviço obrigatório até o fim do ano para fortalecer suas forças de reserva.
A mudança ocorre em meio às decisões do presidente Donald Trump, que vem pressionando a Ucrânia a aceitar um acordo de paz favorável à Rússia, além de ameaçar o comprometimento dos EUA com a OTAN. Isso gerou grande apreensão na União Europeia, que já discute medidas para reforçar sua capacidade militar. Na quinta-feira (6), os líderes do bloco aprovaram um investimento de 800 bilhões de euros em Defesa, sendo 150 bilhões destinados ao curto prazo.
A Polônia se torna o primeiro país europeu em décadas a falar abertamente sobre desenvolver armas nucleares, embora Tusk também tenha demonstrado interesse em aceitar a proposta do presidente francês Emmanuel Macron, que sugeriu estender a proteção nuclear francesa para outros países europeus.
Com uma história marcada por invasões russas, a Polônia vê a guerra na Ucrânia como uma ameaça direta à sua segurança. “Estamos enfrentando uma corrida pela segurança, não para a guerra”, disse Tusk. O país já é o maior investidor em Defesa da Europa, destinando 4,7% do seu PIB ao setor em 2024, o maior percentual entre os membros da OTAN.
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