Deputado aponta supostas práticas antidemocráticas no partido de Bolsonaro
A Procuradoria Geral da República (PGR) encaminhou ao Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, no último dia 25, um pedido do deputado federal André Janones (Avante-MG) para que o Ministério Público Federal (MPF) solicite ao Supremo Tribunal Federal (STF) a extinção do Partido Liberal (PL), legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro. O grupo, instituído em janeiro deste ano, atua na investigação de atos considerados extremistas, incluindo os eventos de 8 de janeiro.
No pedido, Janones menciona casos como o do homem-bomba que tentou atacar em Brasília em 2020, eventos relacionados ao 8 de janeiro e a suposta participação de membros do PL, incluindo o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, e o deputado Carlos Jordy, em ações que, segundo ele, colocam a democracia em risco. O parlamentar argumenta que práticas antidemocráticas, especialmente quando promovidas por partidos políticos, são intoleráveis e devem ser combatidas rigorosamente.
Apesar do teor contundente da denúncia, Janones, conhecido por sua proximidade com o PT e por seu caráter fluido, recentemente foi alvo de questionamentos após ter seu caso de rachadinha arquivado no Conselho de Ética, liderado por seu parceiro ideológico, Guilherme Boulos. O arquivamento gerou dúvidas diante da robustez das provas que incriminavam Janones.
O pedido do deputado ainda está em análise e deverá ser avaliado pelo MPF, que decidirá sobre a viabilidade de uma ação junto ao STF para avaliar as acusações contra o PL. Enquanto isso, o partido de Bolsonaro segue sob intensa vigilância jurídica e política.
André Janones usa registro suspenso da OAB no pedido
O deputado assinou o documento utilizando o registro de número 119.293, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que está suspenso no cadastro. A assinatura foi feita mesmo sem Janones atuar como advogado, já que, conforme a Lei nº 8.906, membros da administração pública e do Poder Legislativo estão impedidos de exercer a advocacia.
A controvérsia em torno do uso de um registro suspenso coloca em cheque a própria validade formal do pedido. Apesar disso, a PGR deu seguimento à solicitação.
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