Operação Papyrus revela superfaturamento e contratos com empresa fantasma, envolvendo prefeituras do estado
Na manhã de sexta-feira (11/10), a Polícia Federal deflagrou a Operação Papyrus, uma ofensiva destinada a combater fraudes em licitações e o desvio de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) no Rio Grande do Norte. As ações ocorreram nas cidades de Natal e Lagoa de Pedras, sob o comando da 14ª Vara Federal do estado, revelando um sofisticado esquema de corrupção que envolvia contratos superfaturados e empresas sem funcionários.
O foco principal das investigações recaiu sobre a aquisição irregular de materiais pela Secretaria de Educação de Lagoa de Pedras. Dentre os itens suspeitos, destacou-se a compra de mais de mil resmas de papel, uma quantidade considerada excessiva para um município de pouco mais de sete mil habitantes e com um desempenho educacional modesto no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
"Não encontramos os materiais nas repartições públicas nem nas escolas," declarou um dos investigadores, que preferiu permanecer anônimo. A discrepância entre a aquisição e a real necessidade da cidade levantou suspeitas sobre o uso dos recursos destinados à educação.
A investigação também se estendeu a outro município, onde foi constatado um contrato de R$ 510 mil para fornecimento de material de limpeza com a mesma empresa envolvida em Lagoa de Pedras. A ausência de funcionários registrados na empresa reforçou as evidências de que os contratos eram fraudulentos e serviam como fachada para desviar recursos.
Os crimes investigados incluem fraude em licitação, associação criminosa e crimes de responsabilidade, especialmente por parte de gestores municipais. Caso sejam condenados, os envolvidos poderão enfrentar penas que somam mais de 23 anos de prisão.
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