Jean Paul Prates assumiu erro após valor de mercado despencar, mas garante que estatal "seguirá a legislação"
Jean Pau Prates: "mea culpa" - Agência Brasil-EBC
Não é exagero apontar que a união Petrobras-PT não coleciona boas histórias. A saga, imortalizada pela hoje extinta Operação Lava Jato há quase uma década, voltou a ganhar espaço na mídia, após a estatal aprovar mudanças polêmicas em seu estatuto, abrindo espaço para a volta de políticos em cargos estratégicos.
A medida sofreu retaliações quase imediatas, com ações movidas pelos partidos Novo e MDB na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As legendas questionam a mudança, apontando falta de transparência e ameaça ao patrimônio da estatal.
Petrobras faz mea culpa
Além das questões legais, a eventual interferência de agentes políticos nas decisões da empresa surtiu efeitos negativos entre investidores, com queda de R$ 32 bilhões na estimativa de valor de mercado da Petrobras.
A tempestade perfeita provocada pela mudança no estatuto também repercutiu no alto comando da petrolífera, a ponto de arrancar um mea culpa de seu presidente, o petista Jean Paul Prates.
Em entrevista coletiva, o ex-senador admitiu que a alteração gerou perdas financeiras para a companhia e garantiu que a Petrobras “irá seguir a lei”, apesar de levantar suspeitas sobre eventuais interferências no futuro.
“A mudança não exonera a Petrobras de seguir a lei”, garantiu Prates na quarta-feira (25).
Em 2016 - vale a lembrança - o Congresso Nacional aprovou a chamada “Lei das Estatais”, criada oportunamente para estancar a sangria causada por agentes políticos há anos no controle de cargos estratégicos da Petrobras.
Em abril deste ano, entretanto, uma decisão monocrática de Ricardo Lewandowski, ainda no Supremo Tribunal Federal, abriu espaço para o retorno de indicados por partidos políticos para ocupar posições de grande relevância nas estatais brasileiras. Pela regra aprovada em 2016, esses agentes só poderiam ser indicados após 36 meses de quarentena.
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