Preços dos combustíveis só serão afetados caso guerra atinja “país produtor”, diz Jean-Paul Prates
Agência Brasil/EBC
Em meados de maio, o governo Lula anunciou uma alteração no sistema de preços dos combustíveis. Literalmente, a canetada da Petrobras abandonou a Paridade de Preço Internacional (PPI) para aplicar regras não específicas, apresentadas apenas como uma “alternativa mais acessível” para os clientes, de acordo com o mercado local.
Na prática, a decisão de fugir das cotações internacionais - medida implantada por Michel Temer para remediar o rombo financeiro causado por corrupção - apenas adiou uma série de reajustes para corrigir a defasagem dos preços da gasolina e do diesel no exterior.
Agora, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, tem mudado o discurso. Com o mercado abalado pela queda na demanda nos EUA - e pela guerra no Oriente Médio - o dirigente tem preparado o terreno para aumentos que serão inevitáveis se a crise prosseguir.
“Os efeitos do conflito (em Israel) não afetaram os combustíveis, mas isso apenas até afetar um país produtor (de petróleo)”, admitiu Prates.
Irã pede embargo de petróleo a Israel
O presidente da Petrobras também comentou sobre a “inflação estrutural” do mercado de combustíveis nacional. Sem citar a política inespecífica da estatal, Jean-Paul Prates disse que, por enquanto, o conflito Israel-Hamas não alterou os preços. Segundo ele, o mercado já havia sido afetado “por uma inflação estrutural”.
Enquanto isso, no Irã, o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdollahian, convocou os membros da Opep para que eles cortem as vendas de petróleo para Israel. O chanceler justificou a convocação, apontando o ataque que destruiu um hospital de Gaza. A informação, como seria revelado mais tarde, era falsa. Horas antes já havia sido confirmado que o hospital Al-Ahli foi atingido por um míssil da Jihad Islâmica.
“O que me preocupa é que o contingenciamento pode ser o primeiro passo para algo mais crítico”, afirmou Mercedes durante a audiência, que contou ainda com o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, e o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Celso Pansera.
O bloqueio de verbas deve atingir a Diretoria de Programas e Bolsas (DPB), a Diretoria de Relações Internacionais (DRI) e os programas de formação de professores da educação básica. O valor representa 2% do orçamento previsto para este ano, de R$ 5,4 bilhões (o maior valor nos últimos sete anos).
Em agosto deste ano, o governo federal cancelou o cadastro de quase 99,7 mil famílias beneficiárias do Bolsa Família.
De forma geral, os cortes podem ser feitos por falta de atualização do cadastro ou por descumprimento das regras de condicionalidade do programa.
O número de beneficiários do Bolsa Família já havia caído para 20,9 milhões de famílias em julho. O número representa quase 320 mil a menos do que em junho, quando 21,2 milhões receberam a transferência de renda.
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