Percepção de insegurança cresce: 58% dos brasileiros veem aumento da criminalidade
- Núcleo de Notícias
- 12 de abr.
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Roubo de celulares e avanço das facções alimentam sensação de medo em todas as classes sociais, segundo Datafolha

Uma pesquisa do Instituto Datafolha revelou que a maioria dos brasileiros — 58% — acredita que a criminalidade aumentou em suas cidades no último ano. O levantamento, feito entre os dias 1º e 3 de abril com 3.054 entrevistados em 172 municípios, evidencia uma percepção generalizada de insegurança que atravessa gêneros, idades, classes sociais e preferências políticas. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
A sensação de piora na segurança pública é mais intensa entre mulheres (62%), moradores de capitais e regiões metropolitanas (66%) e habitantes do Sudeste. No interior do país, embora em menor grau, mais da metade (51%) também relatou aumento da violência.
Entre os que ganham acima de dez salários mínimos, 64% relataram piora, enquanto entre os que recebem até dois salários mínimos, esse número foi de 59%. A preocupação se estende à vizinhança: 44% dizem que a criminalidade aumentou no próprio bairro, e apenas 19% veem melhora.
A sensação de insegurança está diretamente ligada ao crescimento do poder das facções criminosas e à explosão dos roubos de celulares — crime que se espalha de forma democrática, atingindo ricos e pobres. Os smartphones, que hoje concentram dados bancários e oferecem acesso direto a transações via Pix, tornaram-se alvos prioritários para criminosos em busca de lucros fáceis e rápidos. Esse tipo de crime, ao contrário dos homicídios que se concentram nas periferias, também ocorre em áreas nobres e de classe média, ampliando a apreensão social.
Casos recentes em bairros de alto padrão de São Paulo, como Pinheiros, revelam uma escalada de latrocínios e furtos violentos. A Secretaria da Segurança Pública afirma que tem reforçado o policiamento, redirecionando patrulhas conforme os índices de criminalidade e investindo em investigações. Apesar disso, a percepção da população é de que a violência se intensifica, afetando diretamente a qualidade de vida nos centros urbanos.
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