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PEC do fim da escala 6x1 atinge assinaturas necessárias

Proposta de redução da jornada de trabalho pode gerar mais custos para empresas e resultar em inflação, afetando negativamente a economia e os consumidores



A PEC que propõe o fim da escala 6×1, permitindo uma jornada de trabalho de apenas quatro dias semanais, conquistou o número mínimo de assinaturas necessárias para iniciar sua tramitação na Câmara dos Deputados. A proposta, apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), tem gerado debate acirrado, com muitos críticos apontando os problemas econômicos e práticos de sua implementação.


Embora a ideia de reduzir a carga horária semanal pareça atraente à primeira vista, a proposta carece de uma análise mais aprofundada sobre suas implicações reais. A PEC prevê uma jornada de 36 horas semanais distribuídas em quatro dias, sem redução de salário. No entanto, a matemática não fecha: uma jornada de quatro dias de oito horas resultaria em 32 horas semanais, e não em 36, como afirmado no texto. Essa falha fundamental nos cálculos é apenas o começo de uma série de questionamentos sobre a viabilidade da proposta.


Deputados como Nikolas Ferreira (PL-MG) têm criticado duramente a PEC, chamando-a de "populista" e "bizarra". Nikolas, que se recusou a assinar a proposta, argumenta que, ao invés de reduzir a jornada de forma equilibrada, a PEC pode gerar inflação e desemprego, especialmente nos setores que exigem funcionamento contínuo, como hospitais e supermercados. De acordo com ele, a exigência de uma jornada 4x3 forçaria as empresas a contratar mais funcionários ou aumentar os custos operacionais, o que acabaria gerando preços ainda maiores para os consumidores.


Outro ponto crucial que tem sido ignorado pela proposta é o impacto nos setores que dependem de uma operação contínua. Empresas e serviços essenciais, como saúde e comércio, teriam que enfrentar a difícil tarefa de adaptar suas operações a essa nova escala, o que certamente implicaria em aumento de custos e até mesmo em demissões, um cenário que desmente qualquer discurso progressista sobre redução da desigualdade social.


Embora a PEC seja apresentada como uma solução para a qualidade de vida dos trabalhadores, ela não leva em consideração as particularidades de diversos setores e ignora os efeitos colaterais econômicos. Ao invés de promover uma mudança sustentável no mercado de trabalho, a proposta é uma tentativa populista de conquistar apoio sem considerar as consequências a longo prazo.

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