Danilo Forte (União-CE) afirma que compra de termelétricas pela Âmbar Energia causa forte "preocupação"
A recente operação de aquisição de usinas termelétricas pela Âmbar Energia - uma subsidiária do grupo J&F - entrou na mira do centrão. Em entrevista à Folha de S. Paulo, o deputado federal Danilo Forte (União-CE) alertou para “a coincidência” da transação, ocorrida quase de forma simultânea à publicação de uma Medida Provisória do governo Lula que favoreceu diretamente à corporação de Joesley e Wesley Batista.
"Vem a J&F do nada, faz um negócio desses, e logo depois sai uma Medida Provisória. Isso causa uma certa preocupação”, apontou Forte, que integra a Comissão Especial sobre Transição Energética da Câmara.
"A Eletrobras tem muito mais expertise no setor elétrico do que o grupo J&F. E outra, a J&F já participou de muitos escândalos nacionais que prejudicaram muito o Brasil”, acrescentou Forte, citando a influência do frigorífico JBS no governo de Michel Temer.
"Não podemos morrer duas vezes na mesma curva. A gente sabe que a JBS gosta de negócios escusos, feitos sem a devida transparência”, concluiu.
O caso Âmbar Energia
De propriedade dos irmãos Joesley e Wesley Batista, a Âmbar Energia desembolsou R$ 4,7 bilhões em 9 de junho para adquirir 12 usinas termelétricas da Amazonas Energia, anteriormente controladas pela Eletrobras. No dia 13, o governo Lula enviou ao Congresso a MP 1232, com uma série de alterações na legislação - uma delas, diretamente ligada à endividada Amazonas Energia.
Conforme a medida, os débitos da distribuidora deverão ser repartidos no futuro com pagadores de impostos via Sistema Interligado Nacional. Ou seja: não ficarão na conta dos Batista.
“Essa conta vai ser transferida para o consumidor no futuro. Mas nós não temos responsabilidade sobre uma relação privada. Se foi a J&F que negociou com a Eletrobras, quem pariu Mateus que o embale”, declarou o deputado Danilo Forte.
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