Para "corrigir erros", Lula autoriza Petrobras a pagar 50% de dividendos
- Instituto Democracia e Liberdade
- 22 de abr. de 2024
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Proposta será votada em assembleia extraordinária da Petrobras nesta quinta-feira

Após o imbróglio envolvendo interferência direta do governo Lula, a Petrobras decidiu aceitar a proposta de distribuição de 50% de seus dividendos extraordinários. O relatório produzido pelo Conselho de Administração deverá ser colocado em votação na assembleia extraordinária da empresa, marcada para esta quinta-feira (25).
Segundo a Petrobras, a decisão de seguir o previsto nas regras da empresa teria acontecido após a capacidade de financiamento dos projetos da petroleira subir de 65% para 85%. A melhora se deu após a recente alta do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
"Considerando cenários dinâmicos, como a evolução do Brent, do câmbio e outros fatores, o CA entendeu, por maioria, serem satisfatórios os esclarecimentos e atualizações sobre a financiabilidade da Companhia no curto, médio e longo prazo e da preservação da governança", escreveu a estatal em comunicado.
Para Carlos Dias, estrategista-chefe do Rumo Econômico, a decisão de cumprir o pagamento de dividendos não se resume a seguir às regras da estatal.
"Em um momento de completa incerteza gerada pela dissimulação de uma política fiscal, o governo agora age para diminuir danos ainda maiores em sua contas. Sendo o governo o maior acionista da Petrobras, a nova medida ajuda, com a interferência de Lula, a reduzir os impactos sobre o quadro caótico da gestão fiscal do pais", ressalta.
Petrobras: entenda o caso dos dividendos da estatal
Em março, a diretoria da Petrobras chegou a propor o pagamento de apenas 50% dos dividendos extraordinários. O governo Lula interveio e a proposta foi rejeitada, sendo distribuídos somente os recursos obrigatórios, totalizando R$ 14 bilhões.
Em 20 de março, o Tribunal de Contas da União acionou o Ministério Público para investigar uma suposta intervenção do governo Lula no corte dos dividendos.
O autor do pedido, o subprocurador do TCU Lucas Rocha Furtado, apontou “que decisões como a retenção desses dividendos podem ter sido afetadas por interesses do governo federal, em sentido contrário à avaliação da área técnica da empresa”.
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