Opinião: Lula falha ao tentar convencer mercado sobre responsabilidade fiscal
- Núcleo de Notícias
- 4 de jul. de 2024
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Equipe econômica e ministros tentam acalmar investidores, após falas desastrosas de Lula
Foto: Maria Isabel Oliveira / Agência O GLOBO
Menos de 24 horas após a sequência de declarações desastrosas de Lula que aceleraram a desvalorização do real frente ao dólar e estremeceram a confiança dos investidores no Brasil, a equipe econômica do governo federal decidiu se reunir para tentar convencer o mercado do cumprimento do arcabouço fiscal.
Além disso, os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento), Rui Costa (Casa Civil), Esther Dweck (Gestão e Inovação) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) deram pistas de que poderão cortar gastos e despesas obrigatórias. Neste último caso, em valores estimados em R$ 25,9 bilhões.
“Nós já identificamos, e o presidente autorizou levar à frente, R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias que vão ser cortadas, depois de que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do orçamento 2025”, anunciou Haddad, logo em seguida ao encontro ministerial.
“Algumas dessas medidas do orçamento de 2025 podem vir a ser antecipadas à luz do que a Receita Federal, o Tesouro e a Secretaria de Orçamento Federal nos apresentem como necessidade de bloqueio ou contingenciamento agora no dia 22 de julho”, ratificou o ministro da Fazenda, apontando que aguardará a elaboração da peça orçamentária pelo Planejamento, já com os limites estipulados por possíveis cortes.
“False Flag”
Na visão do estrategista-chefe do Rumo Econômico, Carlos Dias, há certa dificuldade em acreditar numa política de contenção de despesas em curto prazo, tomando como base o track record de um governo que nunca se preocupou em poupar. As recentes declarações do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) depõem contra a súbita virada de chave especulada por Haddad.
“Não acredito realmente na execução desse corte anunciado pelo ministro Fernando Haddad”, aponta Carlos Dias. “Em nossa visão, trata-se apenas de uma espécie de false flag. Basta tomar como base somente os números de maio. O setor público registrou déficit primário de R$ 63,9 bi nesse período - o pior desempenho desde maio de 2020, quando já estávamos na pandemia de covid-19”, ratifica..
Vale destacar ainda que, no final da semana passada, Lula chegou a afirmar que não sabia da "real necessidade de qualquer corte de gastos", apesar do crescimento constante do déficit.
“O problema não é que tem cortar, o problema é saber se precisa efetivamente cortar. “Ou seja, se precisa aumentar a arrecadação”, declarou.
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