Foto: Sebastião Salgado
O agronegócio brasileiro, pilar fundamental da economia nacional, enfrenta hoje um cerco sem precedentes. O governo federal, se associando a pressões externas de ambientalistas e globalistas, implementa uma série de medidas que sufocam o setor, ameaçando não apenas sua expansão, mas também sua influência política residual. Este cenário estarrecedor demanda uma análise aprofundada e propostas concretas de ação para salvaguardar não apenas o setor, mas a própria soberania econômica do Brasil.
As restrições impostas ao agronegócio são múltiplas e insidiosas. Primeiramente, observamos uma política de crédito e seguro cada vez mais restritiva. O governo tem sistematicamente dificultado o acesso ao financiamento rural, aumentando taxas de juros, reduzindo limites de crédito e impondo critérios ambientais excessivamente rigorosos para a concessão de empréstimos. Além disso, as limitações impostas ao seguro agrícola têm se intensificado, com a redução da cobertura, aumento dos prêmios e criação de cláusulas excludentes que deixam os produtores vulneráveis a riscos climáticos e de mercado. Essa asfixia financeira e securitária compromete investimentos importantes em tecnologia, expansão e modernização do setor, expondo os agricultores a riscos inaceitáveis.
Paralelamente, a fiscalização ambiental tem se intensificado de forma desproporcional, transformando-se em uma verdadeira ferramenta de perseguição. O aumento exponencial das multas por supostas infrações ambientais, a criação arbitrária de novas áreas de preservação sem estudos técnicos adequados e a criminalização de práticas agrícolas tradicionais são exemplos claros dessa abordagem punitiva. Ignora-se convenientemente o fato de que o Brasil já preserva mais de 60% de seu território, sendo um líder global em conservação ambiental.
O rastreamento da produção de alimentos, embora importante para a segurança alimentar, tem sido implementado de forma irracional e onerosa. A imposição de sistemas complexos e caros ignora a realidade do campo brasileiro, onde muitos produtores não têm acesso a tecnologias avançadas. Essa exigência cria barreiras artificiais à produção e comercialização, prejudicando especialmente os pequenos e médios produtores.
A questão das queimadas tem sido manipulada para demonizar o agronegócio. O emprego de queimadas não se alinha aos interesses dos proprietários rurais, visto que tal prática acarreta a degradação do solo, seu ativo mais valioso, além de gerar expressivos custos de recuperação e combate, sem mencionar as penalidades financeiras e restrições legais decorrentes. A utilização do fogo como ferramenta é considerada obsoleta, uma vez que os produtores rurais contemporâneos têm adotado métodos mais avançados, demonstrando maior capacitação técnica e consciência. A imputação generalizada de crime ao setor agrícola por conta desse fenômeno é uma simplificação grosseira e injusta.
Avançando sobre outra expressiva vertente do problema, a reforma tributária em curso ameaça impor um cerco fiscal ainda mais desestruturador para o setor. A possível eliminação de benefícios fiscais históricos e a criação de novos impostos devem elevar dramaticamente os custos de produção, comprometendo a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado global.
Diante desse cenário altamente desafiador, é imperativo que o setor e seus aliados adotem estratégias robustas de resistência e desenvolvimento. Primeiramente, é essencial fortalecer a representação política do agronegócio. Isso implica não apenas em reforçar a atuação da bancada ruralista, mas também em desenvolver uma comunicação mais efetiva com a sociedade urbana, esclarecendo a vital importância do setor para a economia nacional.
A diplomacia econômica deve ser intensificada. O Brasil precisa adotar uma postura mais assertiva nas negociações internacionais, contestando barreiras não-tarifárias injustas e buscando novos mercados para reduzir a dependência de parceiros tradicionais. É fundamental promover a imagem do agronegócio brasileiro como sustentável e eficiente, contrapondo-se à narrativa distorcida propagada por ONGs e governos estrangeiros.
Investimentos em inovação e tecnologia são também aspectos relevantes. O setor deve liderar iniciativas de pesquisa e desenvolvimento para aumentar a produtividade e sustentabilidade, demonstrando na prática a compatibilidade entre produção em larga escala e conservação ambiental. Parcerias público-privadas e a criação e estruturação de um fundo privado nacional de inovação agrícola podem ser instrumentos valiosos nesse sentido.
Uma reforma regulatória abrangente é extremamente necessária. O marco regulatório do agronegócio precisa ser revisado para simplificar processos e reduzir a burocracia. Isso inclui uma revisão do Código Florestal, adequando-o às realidades regionais, a simplificação dos processos de licenciamento ambiental e à necessidade de expansão econômica do setor. Um sistema de autorregulação, com métricas claras de compatibilização entre produção e sustentabilidade, seria uma alternativa eficaz à fiscalização estatal excessiva.
Outro ponto ainda pouco difundido, é do investimento em educação e capacitação. Programas de extensão rural modernizados, parcerias com universidades para formação especializada e campanhas educativas nas escolas sobre a importância do agronegócio são essenciais para formar uma nova geração de profissionais e cidadãos conscientes da realidade do setor.
O cerco ao agronegócio brasileiro representa uma ameaça não apenas ao setor, mas à economia nacional como um todo. O Brasil precisa sair do confinamento ideológico imposto pelos agentes do atual sistema e reafirmar sua soberania, rejeitando agendas externas que não condizem com nossa realidade e potencial.
O agronegócio é mais do que um setor econômico; é a expressão da capacidade brasileira de alimentar o mundo de forma sustentável e eficiente. Defender o agronegócio é defender o Brasil e seu direito ao desenvolvimento. Urge agir, antes que seja tarde demais.
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