O 1º dia de Milei: Promessa cumprida e previsão sombria para a Argentina
- Instituto Democracia e Liberdade
- 11 de dez. de 2023
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Javier Milei cortou ministérios e revelou números reais da inflação argentina

Crédito: Casa Rosada
O novo presidente da Argentina, Javier Milei, deu a largada em seus primeiros quatro anos no comando da Casa Rosada ratificando uma de suas principais promessas de campanha: a de reduzir a máquina pública com o corte de 9 dos 19 ministérios da gestão de Alberto Fernández.
Outra crucial “inovação” apresentada pelo representante do La Libertad Avanza foi abrir o jogo sobre a situação real da economia do país.
Em seu discurso de posse, Javier Milei não usou meias palavras para explicar que o legado deixado pelo kirchnerismo foi uma inflação real de 15.000% ao ano, e que precisará de muita luta para ser erradicada.
Do ponto de vista histórico, o número apresentado por Milei não foi aleatório. Os dados inflacionários têm dois pontos de origem: a crise de 1975, conhecida como Rodrigazo, e a hiperinflação alcançada entre 1989 e 1990.
Os efeitos do Rodrigazo
As medidas econômicas baixadas pelo Ministro da Economia após a morte de Juan Domingo Perón em 1974 são conhecidas como “Rodrigazo”, pois levam o nome do Ministro da Economia, Celestino Rodrigo.
Ao reajustar os impostos dos serviços públicos, os argentinos se depararam, em menos de um ano, com a disparada dos preços que saltaram de 24% para 182%. O efeito avassalador das medidas foi a manutenção dos índices inflacionários acima dos 100% pelos 17 anos seguintes.
A hiperinflação de Alfonsin
Como se não bastasse o fantasma do “Rodrigazo”, o governo do presidente Raúl Alfonsín foi marcado pelo drama da hiperinflação. Em 1989, no último ano de seu mandato, os preços perderam o controle, levando o país a uma inflação mensal de 114%. Na ocasião, o Banco Central da Argentina acusou o golpe, ao esgotar suas reservas de dólares.
Desta forma, quando Carlos Menem assumiu a chefia do executivo em 1990 no lugar de Alfonsín, a inflação anual da Argentina já era de 3.000%. O fantasma da inflação perdurou até 1991, com a chegada do chamado Plano de Conversibilidade, assinado pelo então Ministro da Economia, Domingo Cavallo.
O futuro sombrio da economia, segundo Javier Milei
Ao resgatar os eventos históricos que afundaram a economia da Argentina, Javier Milei expôs que a inflação do país pode ser de 3.600% ao ano. Após expor que o regime kirchnerista foi marcado pela impressão exacerbada do papel-moeda, o novo presidente fez as contas:
“Com um superávit em pesos muito superior ao de 1975, um evento semelhante (ao de Alfonsín) significa multiplicar preços por 12, o que poderia levar a Argentina a uma inflação anual de 3.600%”, apontou Milei.
“Com os dados do Banco Central, que hoje são piores que os da época de Alfonsín, em muito pouco tempo a quantidade de dinheiro poderia ser quadruplicada e assim, poderia levar a inflação para 15.000% ao ano", completou.
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