Cerca de 2.000 pessoas continuam desaparecidas enquanto o país enfrenta consequências catastróficas
Foto: Alberto Saiz/AP
O número de mortes provocadas pelas inundações na Espanha superou 200, segundo informaram autoridades neste sábado. A província de Valência foi severamente atingida após uma tempestade recorde gerar danos extensos, no que já é considerado o pior desastre natural do país em décadas.
O ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, afirmou que é “razoável supor” que a contagem de vítimas em Valência e em outras regiões continuará a aumentar. Estima-se que aproximadamente 1.900 pessoas ainda estejam desaparecidas, devido ao evento climático extremo conhecido como DANA, que causou chuvas torrenciais e alagamentos devastadores.
DANA, sigla espanhola para depressão isolada em alta altitude, pode desencadear fortes chuvas contínuas em áreas montanhosas. As tempestades desta semana começaram na segunda-feira, causando a destruição de pontes, arrastando veículos e cobrindo cidades em lama espessa. Uma queda de energia ainda afetou cerca de 140.000 pessoas.
A magnitude da destruição “não tem precedentes na história do país”, declarou o ministro dos Transportes, Oscar Puente. Ele comparou a situação à inundação de 1975, quando 81 pessoas morreram em Valência, mas afirmou que a destruição atual é “incomparável”, com grande parte da infraestrutura de transportes severamente comprometida.
O município de Paiporta, nos arredores da cidade de Valência, foi um dos mais atingidos, com mais de 60 mortes confirmadas. Imagens de satélite divulgadas mostram o alcance impressionante da destruição. A estação meteorológica de Turis registrou uma precipitação de 179,2 litros por metro quadrado em uma hora na quarta-feira, um recorde comparável à média anual de chuvas na região.
Grande-Marlaska expressou preocupação com possíveis saques nas áreas mais afetadas e anunciou que as Forças Armadas espanholas enviaram mais 1.000 soldados para auxiliar no resgate e controle da situação.
Além disso, segundo o jornal El País, cerca de 7.000 civis devem chegar às áreas atingidas ao longo do dia para participar das ações de socorro, enquanto mais de 100.000 pessoas se voluntariaram para ajudar.
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