Déficit primário de R$ 39,4 bilhões no último mês é o maior da série histórica desde seu início em 1997
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O saldo negativo registrado pelo governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) para o mês de novembro de 2023 foi de R$ 39,4 bilhões, segundo divulgação do relatório mensal do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (27).
Quanto ao déficit primário, que não considera o pagamento dos juros da dívida pública, foi registrado o segundo pior resultado da série histórica iniciada no ano de 1997, salvo o resultado do mês de novembro de 2016.
O acumulado desde janeiro de 2023 faz o rombo nas contas públicas do ano sofrer uma elevação para acima de R$ 200 bilhões, já considerado o segundo pior da história, ficando atrás apenas dos R$ 699,1 bilhões de déficit registrado no auge da pandemia de Covid-19 em 2020.
Para dezembro, a perspectiva é de um déficit primário superior a R$ 10 bilhões o que deixará o saldo negativo correspondente a 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, e isso, sem a contabilização dos precatórios.
Os títulos para pagamento atrasado das dívidas judiciais da União correspondem a um calote de R$ 93,1 bilhões, que foi institucionalizado pela Emenda Constitucional dos precatórios.
Ainda segundo o relatório do Tesouro a despesa total cresceu 20% no mês de novembro, em comparação com o ano anterior, sendo que somente as transferências para estados e municípios referentes à compensação pelas perdas ligadas à redução do ICMS dos combustíveis em 2022 representam um crescimento de 15 vezes em relação ao mesmo período do ano passado.
Além disso, o governo registrou crescimento exponencial de despesas por meio do inchaço da máquina pública desde o começo do ano, sem previsão de realizar cortes significativos na estrutura estatal.
Em 2022, ao fim do governo Bolsonaro, a contabilização do governo central registrou no mesmo período saldo positivo de R$ 47,9 bilhões.
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