Variante derivada da Ômicron levanta preocupações devido à sua rápida disseminação e possíveis mutações
Uma nova linhagem do coronavírus, conhecida como XEC, foi detectada no Brasil, especificamente nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. A variante, que é uma ramificação da Ômicron, foi identificada pela primeira vez em amostras coletadas na capital fluminense, em setembro, por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
O surgimento da XEC ocorreu devido a um processo de recombinação genética, que acontece quando uma pessoa é infectada por mais de uma linhagem do vírus ao mesmo tempo. Nesse cenário, os genomas dos vírus podem se fundir, criando uma nova variante. A XEC é resultado da mistura entre as linhagens KS.1.1 e KP.3.3, apresentando mutações que, segundo estudos iniciais, podem aumentar sua capacidade de disseminação.
Classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma variante sob observação, a XEC já atraiu atenção médica devido à sua rápida expansão em diversos países, especialmente na Europa e Ásia. Em junho e julho de 2024, houve um aumento significativo de casos na Alemanha, levando a uma vigilância mais intensa. Desde então, a variante foi encontrada em mais de 35 países e já tem mais de 2,4 mil sequências genéticas registradas globalmente.
Segundo virologistas da da Fiocruz, é importante acompanhar o comportamento da variante no Brasil, especialmente porque o impacto pode variar de acordo com a imunidade populacional, que difere de país para país. Embora haja indícios de maior transmissibilidade, ainda é cedo para determinar se a XEC será mais preocupante do que outras variantes.
O sequenciamento genético, parte de um esforço conjunto entre a Fiocruz e a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, mostrou que a variante JN.1 ainda é predominante no país. No entanto, a identificação da XEC reforça a importância de manter a vigilância epidemiológica e o monitoramento contínuo das variantes em circulação.
Pesquisadores alertam que a vigilância genômica no Brasil precisa ser fortalecida, uma vez que vários estados não têm enviado amostras para análise. A manutenção desse monitoramento é crucial para entender como a nova variante vai se comportar no território brasileiro e se ela terá algum impacto significativo nos índices de Covid-19.
A Fiocruz e a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro estão intensificando o sequenciamento genético do vírus para avaliar a evolução da nova variante no país, alertando também para a necessidade de manter o monitoramento contínuo em todo o território nacional.
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