"Narrativa" atrasou em pelo menos 4 anos a solução do caso Marielle Franco
- Instituto Democracia e Liberdade
- 25 de mar. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 26 de mar. de 2024
Familiares e aliados de Marielle tentaram ligar o nome de Jair Bolsonaro ao assassinato da vereadora

Guilherme Boulos deu a entender que o crime teria ligação com Bolsonaro
A decisão de manter as investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, na esfera da Polícia Civil do Rio de Janeiro “adiou” em pelo menos quatro anos a solução aparente do caso.
Em 2019, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, recomendou que o caso fosse transferido para a Polícia Federal. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), entretanto, impediu a saída do trâmite do processo do Rio de Janeiro.
Uma das barreiras para levar o caso para a esfera federal foi imposta pela própria mãe de Marielle, Marinete da Silva. A advogada declarou em março de 2023 ser contra a ação da PF.
“Não interessa para família, para mim. O crime foi no Rio de Janeiro. Acho que a Polícia Federal tem que estar junto, como sempre esteve. Muito mais agora com o Dino. Mas a solução tem que partir do Rio de Janeiro. Foi lá que o crime aconteceu. O governo tem que dar uma resposta para mim, para a família, para a sociedade, para os eleitores da Marielle. Fui contra a federalização e fiz a campanha”, afirmou.
Boulos acusou Bolsonaro de ligação com o crime
Já o deputado federal Marcelo Freixo (hoje no PT) - um dos supostos alvos da trama - chegou a dizer que a federalização prejudicaria ainda mais as apurações, em razão do atirador confesso, Ronnie Lessa, ser morador do mesmo condomínio de Jair Bolsonaro na Barra da Tijuca. Em março de 2018, o então deputado federal ainda sequer havia começado a campanha para presidente da república.
“Mais um motivo para não federalizar e manter as investigações no Rio de Janeiro e não nas mãos da Polícia Federal. #FederalizaçãoNão”, escreveu Freixo.
Por sua vez, o deputado federal e pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP), foi um dos que mais tentou ligar a execução de Marielle a Jair Bolsonaro. No ano passado, Boulos postou um vídeo no Tik Tok, onde o líder do MTST (Movimento dos Sem-Teto) destaca “coincidências” ligando o ex-presidente aos acusados pelo crime.
Segundo a Polícia Federal, os principais responsáveis pelo crime são o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do RJ. Todos tiveram a prisão ratificada pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (25).
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