Mensagens expostas pela Folha de S. Paulo aponta que ação persecutória ocorreu após eleições e com escolha de aliados de Bolsonaro
Matéria da Folha de São Paulo que acaba de ser publicada revelou uma série de ordens fora do escopo eleitoral contra apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro quando Alexandre de Moraes, ainda acumulava funções como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
As novas conversas apontam que Moraes agiu com apoio de seus assessores no TSE e STF para perseguir apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), sem qualquer participação do Ministério Público Federal e mesmo após o fim das eleições, durante sua participação em evento realizado pelo grupo Lide em Nova York em 15 de novembro de 2022.
Após ser informado de que haveria protestos contra o STF, Alexandre de Moraes acionou o juiz Marco Antônio Vargas e o então chefe da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação) do TSE, Eduardo Tagliaferro, para produzir relatórios que “comprometessem” os manifestantes.
Em 11 de novembro, por exemplo, Tagliaferro emitiu o seu primeiro boletim, sem qualquer menção sobre o processo eleitoral.
"De acordo com o material levantado e recebido, é possível verificar que se trata de uma manifestação programada para acontecer no dia 15/11/2022 na cidade de Nova York, Estados Unidos, onde manifestantes se reunirão em protestos ao Ministros do Supremo Tribunal Federal, os quais estão em viagem a essa cidade”
Já no dia 13 de novembro, Eduardo Tagliaferro respondeu a outro assessor, o juiz Airton Vieira (o 01 de Moraes no STF), apontando que o material enviado por ele relacionado ao local onde ocorreria o evento com a participação de 5 ministros do Supremo Tribunal Federal não estava relacionado com a função do TSE.
“Bom dia! Estou vendo como fazer isso pelo TSE, não faz menções às urnas, pleito ou instituição, fala STF”, alertou Tagliaferro.
Em resposta, Vieira o tranquilizou sobre a tarefa.
"Bom dia, Eduardo! Tudo bem?! Não se preocupe: o Ministro assinou hoje de madrugada a decisão pelo STF", esclareceu.
Allan do Santos e Carla Zambelli são escolhidos como alvos
Sem explicar o motivo, o assessor de Moraes no STF, Airton Vieira, convocou Tagliaferro para mais tarefas. Desta vez, escolhendo os alvos: o jornalista Allan dos Santos e a deputada federal Carla Zambelli (PL).
"Levantem tudo que a Zambelli e Alan dos Santos estão postando sobre NY”, pediu Vieira.
“Só preciso achar onde ela posta agora kkk não tem mais perfil”, ironizou o responsável pela perseguição dentro do Tribunal Superior Eleitoral, Eduardo Tagliaferro.
"Eduardo, por enquanto o Ministro pediu apenas em relação ao Allan dos Santos e à Carla Zambelli. Um relatório para cada. Com tudo que aprontaram, publicaram, em conta própria ou de terceiros…Do contrário… rsrsrs", escreveu o juiz em mensagem no WhatsApp.
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