Montadoras e cervejeiros fazem lobby para fugir do "Imposto do Pecado"
- Núcleo de Notícias
- 25 de jun. de 2024
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Em audiência pública, representantes de montadoras de veículos e bebidas tentam escapar do substituto do IPI

Enquanto os grupos de trabalho comandados por Arthur Lira (PP-AL) debatem a regulamentação da reforma tributária, o Ministério da Fazenda começou a ouvir representantes de diversos segmentos da indústria que podem ser alvos do famigerado “imposto do pecado” - apelido dado ao Imposto Seletivo, criado para substituir o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
Ao perceberem que a sanha por mais impostos do governo podem afetar drasticamente suas vendas, setores da indústria automotiva e bebidas já adiantaram que uma nova carga tributária poderá sucatear a indústria e provocar um efeito inverso, incluindo menos arrecadação e eventuais demissões.
"É um absurdo incluir os automóveis nessa tributação." O mais grave é a total contradição entre os objetivos da proposta e os resultados que virão na prática, afirmou o vice-presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Carlos Moraes. Para ele, mais impostos só irão encarecer os veículos e, desta forma, dificultar a compra de modelos novos que poluam menos o meio ambiente.
Sindicato tenta jogar imposto para bebidas destiladas
Por sua vez, o presidente executivo do Sindicerv (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja), Márcio Maciel, declarou temer que a cerveja seja alvo de mais tributação. Em sua visão, o Imposto do Pecado deveria ser inserido sobre bebidas com maior teor alcoólico.
“Somos um dos setores que enfrenta muito a realidade tributária complexa que o Brasil tem e um dos setores que paga mais de R$ 50 bilhões ao ano, com as mais de 1800 cervejarias pelo país”, explicou Maciel, se referindo ao sindicato responsável por gerir 85% das cervejarias do Brasil. “Para combater o consumo nocivo, é preciso que a tributação seja feita com base no teor alcoólico das bebidas de forma progressiva”, sugeriu.
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